DEBATE NA CÂMARA
Ficha limpa pode sofrer alteração
26.05.2013 Nova proposta prevê que políticos se candidatem mesmo com contas rejeitadas por tribunais de contas

Relatório do deputado Cândido Vaccarezza, permite o recebimento do registro de candidatura com as contas eleitorais desaprovadas Foto: Agência Brasil
O texto ainda faz uma separação entre contas de governo e contas de gestão. Se aprovada, as contas de gestão, referentes a questões administrativas dos órgãos, teriam efeito apenas para quem ordenou as despesas e não para o político.
"Estamos tirando o vale tudo eleitoral. Eu defendo o estado democrático de direito. Não pode um parecer, que não tem valor jurídico, nem político, ter valor jurídico para a inelegibilidade", disse Vaccarezza.
Prazo de inexigibilidade
O parecer do petista também fixa entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que o prazo de oito anos de inelegibilidade para quem for enquadrado na Lei da Ficha Limpa passa a contar a partir da condenação por órgão colegiado, independentemente do tempo que levarem os eventuais recursos.
Outro ponto da proposta permite aos políticos receberem o registro de suas candidaturas mesmo quando tiverem contas eleitorais desaprovadas. Ficaria estabelecido que será liberado o candidato que apresentar as contas "independentemente da aprovação".
No ano passado, o TSE decidiu vetar candidatos com contas rejeitadas, mas depois recuou diante da pressão de partidos. Sem consenso entre os ministros, o Tribunal entendeu que a apresentação de contas de campanha, aprovadas ou não, é o suficiente para emitir a certidão.
A Procuradoria-Geral da República, contudo, encaminhou no início do ano ao STF uma ação na qual pede que o tribunal interprete a expressão "apresentação de contas". Para o Ministério Público, o registro de candidaturas com contas de campanha reprovadas fere a Constituição.
Pelo projeto de Vaccarezza, ficaria previsto ainda que os votos obtidos por um candidato que esteja com problemas na Justiça irão diretamente ao próprio partido. Hoje, ele só é repassado caso exista uma decisão favorável ao registro da candidatura.
Redes sociais
Há autorização ainda para que os candidatos usem suas redes sociais, além de sites de relacionamento e de mensagens instantâneas, para pedir votos durante a chamada pré-campanha. Eles não poderão, no entanto, utilizar provedores ou páginas que contenham conteúdo jornalístico para fazer propaganda.
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