domingo, 19 de maio de 2013

CONVENÇÃO NACIONAL

PSDB prega união para vencer Dilma

19.05.2013
Reforçar a militância e aproximar o partido do povo são os dois novos desafios de Aécio Neves para derrotar o PT

Em discurso na convenção nacional, Aécio Neves defendeu um novo ciclo para o PSDB diante da corrida presidencial de 2014 FOTO: DIVULGAÇÃO
Brasília A convenção nacional do PSDB, que ocorreu durante a manhã e o início da tarde desta terça-feira, não só confirmou o senador e presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG) no comando do partido, como também tentou consolidar o discurso de união tucana para concentrar forças no enfrentamento do PT e da presidente Dilma Rousseff em 2014. O objetivo do partido durante o evento foi se mostrar recuperado do processo turbulento pelo qual passou depois que parte da cúpula sinalizou na direção de Aécio sem consultar outras alas do partido.

"País que não sabe escolher suas prioridades, como ocorre no Brasil hoje, termina por se transformar em um cemitério de obras inacabadas. É como nos versos de Caetano Veloso: ´aqui tudo parece ainda em construção e já é ruína´", declarou Aécio no discurso aos colegas de partido, afirmando que seu trabalho é focar em um novo ciclo.

A mensagem de união carrega consigo o claro desejo de encerrar qualquer possibilidade fratricida. O PSDB já viveu isso em passado recente, em 2006 e 2010, e sabe que precisa concentrar suas baterias contra o PT, Lula e Dilma se quiser ter uma chance real de voltar à Presidência da República. Cientes da dificuldade, alguns afirmam reservadamente que o entrave é tamanho que sem as candidaturas do governador pernambucano, Eduardo Campos (PSB), e da ex-ministra Marina Silva, que articula a criação da Rede Sustentabilidade, Aécio poderia nem levar a disputa ao segundo turno.

Na tentativa de superar a divergência interna no partido e pavimentar apoio em São Paulo, Aécio contemplou o PSDB paulista com a metade dos cargos da Executiva Nacional. Quatro deles, a propósito, serão ocupados por serristas: Alberto Goldman, Andrea Matarazzo, Aloysio Nunes e Mendes Thame.

Reforçar a militância e aproximar o PSDB do povão são dois dos novos desafios de Aécio. Ele e seus aliados acreditam que a mudança de comando, com a chegada de um presidente jovem e de outro estado - saindo de São Paulo, que controla o partido desde sua criação -, cria uma nova expectativa em relação ao principal partido de oposição ao governo instalado no Planalto há dez anos. Pesquisas, consultorias, assessorias em várias áreas e muitos estudos estão em campo para definir o cenário que Aécio deve atacar.

Oposição forte
O PSDB tem hoje a terceira maior bancada na Câmara Federal, com 49 representantes, e 12 parlamentares no Senado, mesmo número de cadeiras ocupadas pelo PT - atrás apenas do PMDB, que possui 20 senadores. O partido é a principal sigla da oposição nas duas Casas. Nas cinco regiões do país, os tucanos têm oito governadores eleitos, incluindo o estado de São Paulo, unidade federativa mais populosa e rica.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário