terça-feira, 30 de abril de 2013


SEMIFINAIS DO ESTADUAL

Torcidas dividirão PV nos dois clássicos-rei

30.04.2013
Mais uma vez, a proposta de torcida única no Estádio Presidente Vargas ficou apenas na cogitação

O Clássico-Rei valendo pelas semifinais do Campeonato Cearense será mesmo com a presença de duas torcidas nas duas partidas a serem realizadas no Presidente Vargas (PV), caso todos os laudos fiquem prontos até a data da partida. Fortaleza, Ceará e a Federação Cearense de Futebol (FCF) entraram em acordo e confirmaram a decisão após reunião realizada, ontem, na sede da FCF, que contou também com a presença de representantes de Icasa e Guarany de Sobral.

Decisão tomada mantém o formato do ano passado. O que pesou na decisão foi uma norma do regulamento que não prevê separação de torcidas em jogos entre equipes da mesma cidade fotos: Waleska Santiago

Estiveram presentes os membros da diretoria do Alvinegro, Sérgio Costa e Jocélio da Costa; o presidente Osmar Baquit e o vice Daniel Frota, pelo Tricolor de Aço; o diretor de futebol Fred Gomes, pelo Verdão do Cariri; e o presidente Valdir Fernandes e o supervisor Clécio Souza, pelo Bugre de Sobral.

Na opinião de Osmar Baquit, "os clubes não poderiam tirar o direito dos torcedores de ver o jogo do seu próprio time", disse.

Contra
Apesar do consenso na reunião, o presidente do Vovô, Evandro Leitão, que não esteve no encontro, declarou, em Porangabuçu, que não era a favor dessa decisão. "A posição do Ceará sempre foi de um jogo de uma torcida só. Desde o ano passado, defendemos este direcionamento. Se dependesse só do Ceará, o que não depende, teríamos o Fortaleza só com sua torcida no primeiro jogo, e no outro, só a nossa. Mas a FCF e o Fortaleza não aceitam esta posição. O clube foi voto vencido mais uma vez", contou.

O que pesou na decisão pró duas torcidas foi uma norma do regulamento que não prevê separação de torcidas em jogos diferentes entre equipes da mesma cidade e o consenso de seguir a decisão do ano passado do Tribunal de Justiça Desportiva, em repercussão polêmica à época.

Para a FCF, está praticamente descartada a chance de não haver os jogos no PV, já que três dos quatro laudos (Polícia Militar, Bombeiros e Vigilância Sanitária) já foram liberados, restando apenas o laudo do Crea-CE.

Renda
Ceará e Fortaleza jogarão nos dias 5 e 12 de maio, às 16h, com primeiro jogo tendo mando de campo do Leão. Por isso, na primeira partida, os ingressos para a área das sociais serão vendidos apenas para tricolores. No segundo jogo, será a vez da torcida do Vovô ocupar aquela área do PV. O ingresso custará R$ 100 e R$ 50 a meia. Já o bilhete de arquibancada sairá por R$ 40 e R$ 20 a meia-entrada. Contrariando o regulamento - e o que aconteceu nas duas primeiras etapas da competição -, os dois times acordaram em rachar a renda em 50% em ambos os jogos, independentemente do resultado da partida ou de quem for o mandante do jogo.

Reunião
Hoje, haverá uma nova reunião envolvendo Polícia Militar, AMC, Corpo de Bombeiros entre outros órgãos para definir o esquema de segurança do clássico.

Também ficou decidido que a arbitragem das partidas será local. O contrário dos jogos entre Icasa e Guarany. As partidas serão nas mesmas datas e horários do jogo entre Ceará e Fortaleza. A primeira será no Junco e a segunda no Romeirão.

O Verdão exigiu árbitro Fifa, que não seja do Nordeste, para o jogo em Sobral. O time terá de desembolsar R$ 10 mil para o Sindicato dos Árbitros de Futebol do Ceará e até R$ 15 mil de despesas do quarteto de fora.

Torcida única reduziu violência em Minas Gerais
O esquema de torcida única amenizou problemas de brigas entre uniformizadas em Minas Gerais. As duas principais forças do futebol mineiro (Cruzeiro e Atlético) aderiram a esse sistema proposto pela Polícia Militar em 2010. De lá para cá, os jogos realizados em Sete Lagoas e no estádio Independência, em Belo Horizonte, tiveram presença do torcedor de celeste ou alvinegro.

Clássico de Minas com torcida única foi realizado em Sete Lagoas e no estádio Independência FOTO: FUTURA PRESS

Segundo o editor do caderno de Esportes do jornal Estado de Minas, Cláudio Arreguy, a medida reduziu a violência ocasionada por conflitos entre organizadas. "Amenizou bastante. Antes, houve até mortes em dias de clássico", confirmou o profissional de imprensa esportiva.

Segundo ele, todas as partidas disputadas foram de torcida única. "As confusões que acabaram sendo registradas bem longe do estádios", acrescentou. Conforme Cláudio Arreguy, a decisão foi tomada a partir da confirmação da Polícia que não teria condições de manter a segurança no trajeto de ambas as torcidas para o município de Sete Lagoas, que fica a cerca de 60 km da capital mineira.

"Já no caso do estádio Independência, o problema da segurança se deve por causa das dimensões. A capacidade é inferior a 20 mil pessoas", disse.

Opinião contrária
Mesmo admitindo a diminuição dos fatos violentos em dias de clássico, o jornalista acredita que cercear a presença de uma das duas torcidas no estádio é a demonstração da falta de solução das autoridades. "Acho que é a comprovação de que o Estado se exime de sua responsabilidade de dar segurança a todos os torcedores", lamentou.
 

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