domingo, 24 de fevereiro de 2013


PROJETO COLETIVO

Álbum de 1973 é um marco na produção da trupe cearense

24.02.2013
Primeiro long play da geração de artistas cearenses famosa como O Pessoal do Ceará completa 40 anos

No alto, Téti e o produtor Walter Silva; ao lado, com Rodger e as capas do álbum fotos: acervo de téti

Era janeiro de 1973. O casal Rodger Rogério e Teti e o amigo deles, Ednardo, então radicados em São Paulo, voltaram a Fortaleza, aproveitando as férias escolares. O trio carregava debaixo do braço a consagração da viagem: o LP "Meu Corpo Minha Embalagem Todo Gasto na Viagem". A vitrola do Centro Acadêmico da Escola de Arquitetura dessa vez poderia ser embala pelo mais novo lançamento da Continental (hoje, de propriedade da Warner Music), o disco que lançou ao mundo os sonhos e a música do Pessoal do Ceará.

"Impossível dizer como tudo começou", anunciava o texto de abertura, assinado por Ednardo e Rodger Rogério, que, na falta de um manifesto para a turma que estava sendo anunciada, apresentava aquela geração de músicos cearenses, suas "tertúlias-etílico-lítero-musical e badernosas". Uma turma que frequentava a universidade pública e o Bar do Anísio, "onde se bebia todas as fossas, todas as alegrias e se aguardava o sol".

Anunciavam ainda a herança cultural destes jovens que, além das referências de Beatles e Bossa Nova, traziam na bagagem "os galos e cangaceiros de Aldemir Martins", "os dragões do Chico da Silva", o tom "revolucionário, sério, satírico, cultural e de danações em geral da Padaria Espiritual". Eles estavam ali para apresentar um mundo de canções inteiramente novas ao Brasil, que concentrava-se em São Paulo e no Rio. Um país que, anos antes, foi tomado por baianos tropicalistas e mineiros do Clube da Esquina, e que, agora, voltaria os olhos e ouvidos para o Ceará.

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