quinta-feira, 31 de maio de 2018

PF realiza buscas em gabinetes de deputados do PTB e do Solidariedade

A Polícia Federal realizou ontem busca e apreensão na Câmara dos Deputados, na sede de partidos - PTB e Solidariedade (SD) - e prendeu agentes públicos ligados ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) com o objetivo de desarticular suposta organização criminosa formada por políticos, lobistas e funcionários públicos envolvidos na venda de registro sindical.

A ação, batizada de Registro Espúrio, é desdobramento de uma investigação em andamento há cerca de um ano cujos principais alvos são aliados do governo federal como o deputado Jovair Arantes (GO), líder do PTB na Câmara, e o presidente do Solidariedade, o deputado Paulinho da Força (SP), e o também petebista Wilson Filho (PB). A Força Sindical foi alvo de buscaOutro político na mira da PF é o presidente nacional do PTB e pivô do escândalo do mensalão do PT, Roberto Jefferson. A PF chegou a pedir a prisão do ex-parlamentar, que foi negada pelo ministro Edson Fachin do Supremo Tribunal Federal. Os envolvidos negam envolvimento em irregularidades.
O registro sindical é emitido pela secretaria de Relações de Trabalho do ministério e, normalmente, o trâmite leva mais de um ano até a concessão. Nos casos investigados pela PF, empresários e interessados no registro pagavam propina para agilizar o processo. O pagamento era feito a lobistas para ser repassado a políticos, segundo a investigação. O PTB e o Solidariedade dividem as indicações dos principais cargos comissionados na pasta. Os investigadores se valeram de interceptações telefônicas, ações controladas e quebras de sigilo fiscal, bancário e telemático para mapear a atuação do suposto grupo criminoso.
O presidente do Sindicato das Pequenas e Micro Empresas de Transporte Rodoviário de Veículos Novos de Goiás (Sintrave-GO), Afonso Rodrigues de Carvalho, foi um dos que denunciaram o esquema. O empresário entregou e fez gravações a pedido da Polícia Federal que revelam a negociação com lobistas para conseguir o registro sindical.

De acordo com a PF, o esquema era organizado em cinco núcleos distintos. Um dos grupos era formado por políticos do Solidariedade e do PTB como Jovair Arantes, Paulinho da Força e Roberto Jefferson. Eles seriam responsáveis, diz a PF, pela indicação e manutenção em cargos estratégicos da Secretaria de Relações do Trabalho do MTE dos servidores que faziam parte do esquema.

A PF tentou prender o secretário executivo do MTE, Leonardo Arantes. Sobrinho do deputado Jovair Arantes, o número dois da pasta está em Londres, na Inglaterra, e por isso não foi encontrado. Rogério Arantes, outro parente de Jovair e funcionário do Incra, também teve prisão solicitada pela PF.

Os outros três núcleos da organização criminosa mapeados pela investigação são o sindical, o captador e financeiro.

Sem acesso
Dois dos três parlamentares investigados estão proibidos de ir ao Ministério do Trabalho ou contatar demais investigados na operação. Seus nomes não foram divulgados

SINDICALISTA DEPUTADO
Paulinho da Força é deputado pelo Solidariedade. Um dos nomes de peso na, chamada, bancada sindical da Câmara Federal.

O DIA RUIM DO “RELATOR”
O goiano Jovair Arantes ganh0u notoriedade ao assumir a relatoria do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara.

O POLÍTICO REINCIDENTE
Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, volta a se envolver com escândalo político. Ele já cumpriu pena antes pelo mensalão

MAIS DETALHES

NÚMEROS DA OPERAÇÃO E MANIFESTAÇÃO OFICIAL

MOBILIZAÇÃO
Ao longo do dia, 320 policiais federais cumpriram 64 mandados de busca e apreensão, oito mandados de prisão preventiva e 15 mandados de prisão temporária no Distrito Federal, São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais.
MINISTÉRIO
O Ministério do Trabalho informou, por meio de nota, que está “acompanhando atentamente as ações desenvolvidas pela Polícia Federal” com o propósito de apurar eventuais crimes no âmbito da concessão de registros sindicais. “Apuradas as responsabilidades, o Ministério não se eximirá de aplicar as penalidades previstas em lei”, diz a nota.

Ceará: o Sertão transformado depois da estação de chuva

Oficialmente, nossa quadra chuvosa termina hoje e entrega um novo sertão. É o mais reluzente de seis “invernos” para trás (o linguajar sertanejo não deixa de chamar de “inverno” o seu tempo de chover). Ainda há senões a serem desfeitos. Haverá pontos de estiagem emendando-se pelo sétimo ano seguido. Mesmo assim, o sertão cearense já é outro.
É o melhor aporte hídrico no Ceará desde 2012, apesar de 32 reservatórios ainda contabilizados no volume morto ou seco, segundo a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).  “Temos água para mais um ano”, afirma o secretário estadual de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira. “Mesmo que o aporte tenha sido menor do que esperávamos”. A espera pelas águas da transposição do rio São Francisco, segundo ele, deve durar até mais perto do fim do ano – não agosto, como previu o Governo Federal.Os espelhos d’água se redesenharam. Estão maiores. Gigantes como Castanhão e Orós não chegaram a dois dígitos de volume armazenado, mas recarregaram. Estavam rasos demais. Agora estão com 8,5% e 9,5%, respectivamente. Os gestores definiram manobras de fornecimento, trancaram a vazão – o Castanhão, por exemplo -, para que a recarga fosse mais visível. As chuvas é que vieram menores que a expectativa. O veranico de março se estendeu demais e também atrapalhou no fechamento da média do ano.Há novo fôlego para um segundo semestre que será certeza de a chuva rarear. Previsão de calor, evaporação e a perda. Tendem a voltar aos níveis preocupantes. Barragens que saíram do zero, como a do Banabuiú, continuam rentes, mas a marca da água antiga na parede está menor. Sinal de que o açude guardou mais que na chuva passada. Subiu 11,27 metros de coluna de água (até o dia 18). Estava em menos de meio por cento em janeiro, batia 7,01% até ontem.Em Quixeramobim, até março, via-se a areia dentro da barragem. Plantações de milho e feijão, nada de água. A régua estava ociosa. Pelas redes sociais, diante da calamidade hídrica, moradores locais pediam “socorro”. De repente, a chuva de abril, em 12 dos 30 dias, foi ligeira para encher. Chegou a mais de 96%. Está nos 94%.Dia 8 de abril, três horas de chuvoeiro na madrugada de Quixeramobim somaram 65 mm. Dia 10: 40 mm. No dia 12, a maior chuva local: 76 mm, cinco horas de água. Dia seguinte, 13 de abril, céu encoberto à tarde: mais 65 mm. Dia 17, outros 30 mm. Dia 30, mais 19,2 mm. Com outras precipitações menores, o mês fechou com 331,3 mm. Mais que janeiro, fevereiro e março juntos: 190,2 mm somados.“Passei esses últimos anos sem anotar praticamente nada. Era só observação. Agora, faltam alguns centímetros para sangrar. Tomara”, relata João Eudes Gomes, funcionário do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), administrador do açude Quixeramobim. A dez dias do fim da quadra chuvosa, faltaram 14 centímetros para a sangria, que não veio.O POVO rodou 1.600 km na região central do Ceará. Nesse meio de sertão, entre asfaltos e carroçáveis estão terras que pegaram água bem, açudes renovados e safra garantida. O Trapiá II, em Pedra Branca, de porte médio, está com quase 13% de volume. Em janeiro, tinha o chão rachado no leito. A situação local ainda é crítica no todo, mas o cenário no entorno é promissor.Ao lado do açude, o mais bem encharcado do município, tem mamão, milho, feijão, fava, arroz, coentro, cebolinha, jerimum e macaxeira no hectare do seu Pedro Tomaz Matos, 47 anos. “Tem água e tem legume. O açude dá para uns dois anos mais. Então essa seca acabou”, decreta o agricultor. Fazia seis anos, segundo ele, que não vingava nada. “Aqui estava só na pedra. Não dava nada”.A massa de nuvens que encobriu o açude Cedro, em Quixadá, no fim da tarde do dia 18 passado, foi parecida com a que inundou Fortaleza no mesmo horário. Níveis torrenciais semelhantes: 65 mm em Quixadá, 54,4 mm na Capital. De dentro do reservatório, a silhueta da pedra da Galinha Choca tinha o céu carregado de um lado e o resto de pôr do sol do outro. Em 2018, o Cedro subiu cerca de 1,40 metro, quase igualou os 2,60 metros de 2017. Está com 2,17% de sua capacidade. Melhor que a secura total de 2016.Nos açudes domésticos, esturricados até antes de fevereiro, a água dá para matar a sede dos animais. Não é potável para o consumo humano. Ajuda nas pequenas soluções. Deverão receber pequenas chuvas ainda em junho, “esporádicas”, no quadro previsto pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).Em Pedra Branca, o açude Padre Geraldo, construído em 2011, pega água pela primeira vez. Era só uma vala e uma parede seca até então. Ainda sem sensores de monitoramento, “no olho” já estaria com cerca de 30% de sua capacidade (8 milhões m³). Mais reserva para aguentar outra seca futura. Ainda não é possível saber se a chuva de 2019 virá, mas tem alguma água espalhada enquanto se espera.QUIXERAMOBIM
JÚLIO CAESAR - MAIO 2018
MATEUS DANTAS 7/2/2018
JÚLIO CAESAR - MAIO 2018 MATEUS DANTAS 7/2/2018
JÚLIO CAESAR - MAIO 2018
MATEUS DANTAS 7/2/2018
JÚLIO CAESAR - MAIO 2018 MATEUS DANTAS 7/2/2018
O salto é para o céu, refletido na água que reencheu o Quixeramobim açude. Uma cambalhota, de pernas unidas, de braços abertos, de bico. Variações para todo jeito de pular de cima da barragem. Samuel Lopes Espírito Santo e Luciano Vitor Neves, os dois com 16 anos, agora têm se divertido assim, desde que o reservatório ganhou o aporte. Esperam que não venha nenhum veículo na rodovia CE-060 – que passa por cima do sangradouro da barragem – e correm para a pirueta da vez. “Deve ter uns dez metros de fundura aqui perto”, calcula Samuel. Lembra quando a parede estava toda aparente, ainda em março deste ano. Não acreditava que encheria tão rapidamente. “Já vi aqui sangrando. Era pequeno, mas lembro”, conta Luciano. Naquele dia, faltavam 20 centímetros para o Quixeramobim derramar outra vez.AGORA E ANTESBARRAGEM do açude Quixeramobim. A imagem acima mostra o cenário atual. Abaixo, a foto é do início do ano, sem águaCASTANHÃO
JÚLIO CAESAR - MAIO 2018
FCO Fontenele 22/12/2017
JÚLIO CAESAR - MAIO 2018 FCO Fontenele 22/12/2017
O vento Aracati, que sopra a frieza do mar para o vale jaguaribano, levou menos chuvas para dentro do Castanhão que a expectativa criada no início do ano. Quando as nuvens escureceram, havia uma euforia de que o açude pudesse alcançar 20% ou até 30% de sua capacidade. Mesmo com a medida de retenção no fornecimento, isso não se deu. O Castanhão estava em 2%, o máximo a que chegou foi perto de 9%. “A notícia alvissareira é que saímos do volume morto”, celebra o administrador do açude pelo Dnocs, Fernando Pimentel. Com o açude seco, o mataga. A água voltou ao Castanhão, mas o peixe se escondeu. Samuel Xavier, 33, está há mais de dois meses rancheado com a esposa e o pai numa das ilhas do açude. Por oito dias de trabalho, pegou 70 kg de pescado e recebeu R$ 140. “Tá difícil”, diz. “Só deve melhorar daqui a uns dois anos”, prevê. ”TÁ DIFÍCIL”COM A CHUVA, o Castanhão saiu do volume morto (foto acima), mas o peixe ainda está escasso. Abaixo, imagem do final de 2017CEDRO
JÚLIO CAESAR - MAIO 2018
JÚLIO CAESAR - MAIO 2018
JÚLIO CAESAR - MAIO 2018
JÚLIO CAESAR - MAIO 2018
Até cinco da tarde, o açude Cedro estava encoberto apenas da claridade do por do sol. Fotogênico. De repente, uma grande massa de nuvens carregadas foi encobrindo a pedra da Galinha Choca. O vento dobrou árvores mais finas, derrubou folhas, afastou um grupo de formandos que posava para uma sessão de fotos, claridade agora de relâmpagos e trovões em sequência. A chuva torrencial veio de uma vez. De dentro do açude, o canoeiro Roger Evandro remava para uma estudante que faz a travessia diariamente. Roger, 52, se diz barqueiro desde os 13. Uma das chuvas grandes que viu em Quixadá, em 2018, deu 65 mm (18/maio). Já são 672,4 mm no ano(até o último dia 24). Apenas 6,2% abaixo da média esperada, que é de 716,9 mm. Ainda no nível equivalente a 2017. O Cedro foi construído entre 1890 e 1906, por ordem de dom Pedro II. A JOIA DO SERTÃO 
MAIS ANTIGO açude do Brasil virou descampado como mostra a foto abaixo (14/1/2017). Acima com aporte das chuvasORÓS
JÚLIO CAESAR - MAIO 2018
MATEUS DANTAS 7/2/2018
JÚLIO CAESAR - MAIO 2018 MATEUS DANTAS 7/2/2018
JÚLIO CAESAR - MAIO 2018
MATEUS DANTAS 7/2/2018
JÚLIO CAESAR - MAIO 2018 MATEUS DANTAS 7/2/2018
Antônio Sobrinho de Lima, 65, “o Paim”, está trazendo peixe de Santarém (PA), para tratar na beirada do açude Orós. De lá, revende para vários cantos do Nordeste. Porque ainda não deu tilápia e tucunaré em quantidade suficiente no açude cearense. Trata, salga e congela antes de transportar para o Piauí ou Alagoas ou Paraíba. As gamelas saem cheias de mapará, mandi moela, pescadinha, tudo nativo dos rios da Amazônia. “O Orós ainda não tá dando nada de peixe solto, só das gaiolas. Mas ainda pouco”, relata. A baixa do nível em seis anos de seca fez a água perder a oxigenação. Paim tem criatórios de tilápia dentro do Orós. Dos poucos que mantiveram. Diz que gasta cerca de R$ 30 mil por semana comprando ração – bem mais que durante o açude mais cheio. Em 2018, a água subiu mais de três metros na barragem.PEIXE DE FORANO ORÓS, a água subiu mais de três metros. Depois da chuva, mas o peixe ainda vem de fora ou só na gaiola

BANABUIÚ
JÚLIO CAESAR - MAIO 2018
MATEUS DANTAS 7/2/2018
JÚLIO CAESAR - MAIO 2018 MATEUS DANTAS 7/2/2018
JÚLIO CAESAR - MAIO 2018
MATEUS DANTAS 7/2/2018
JÚLIO CAESAR - MAIO 2018 MATEUS DANTAS 7/2/2018
A água do Banabuiú ainda é barrenta, ruim de peixe. De ter quase nada em linhada ou galão jogados pelos pescadores. “Só deve melhorar depois que passarem as chuvas. A água vai acalmar, clarear, aí os peixes reaparecem”. Francisco Ananias, de 57 anos, tem saído na canoa a motor todo dia para tentar alguma coisa. Volta com pouco, mas reclama menos. A quem é dali o cenário agora é de alívio. O reservatório ganhou mais de 11 metros de coluna d’água nesta temporada chuvosa de 2018. Estava em menos de meio por cento até janeiro e alcançou 7% nos últimos dias de maio. Quando esteve cheio pela última vez, em 2009, o Banabuiú era um mar de 1,6 bilhão de m³ no meio do sertão. Agora é um “pequeno” com 112 milhões de m³. O abastecimento humano do município de Banabuiú tem saído da barragem, mas ainda há a necessidade de pipas. SEM PEIXECOM A CHUVA de 2018, a água subiu, mas o peixe não (foto acima). Abaixo, o leito seco (imagens de 8/3/2018

Campanha de vacinação contra influenza é prorrogada até 15 de junho

01:30 | 31/05/2018
CEARÁ já aplicou 2.008.631 doses. Há 53 mortes por influenza confirmadas no Estado MAURI MELO
CEARÁ já aplicou 2.008.631 doses. Há 53 mortes por influenza confirmadas no Estado MAURI MELO
Prevista inicialmente para ser encerrada amanhã, a Campanha Nacional de Vacinação contra influenza foi prorrogada até o dia 15 de junho. A mudança, segundo o Ministério da Saúde (MS), se deve aos impactos da paralisação dos caminhoneiros no transporte público e nos serviços de saúde em todo o Brasil.
O Ceará, com 2.008.631 de doses aplicadas, tem 87% do público-alvo imunizado. A meta preconizada para alcance dos grupos prioritários é de 90%. O Estado é o primeiro do Nordeste e o terceiro do País com maior cobertura vacinal (ver quadro).
Apesar de os dados do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (Sipni) indicarem 1.663.392 doses aplicadas, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) são mais de 2 milhões de pessoas vacinadas, incluindo aquelas privadas de liberdade e as que têm doenças crônicas não transmissíveis. Esses grupos não são incluídos na meta, explica Ana Vilma Leite, coordenadora estadual de imunização. No primeiro caso, devido à rotatividade de pessoas; no segundo, pela dificuldade em se “isolar os indivíduos”.
 
Segundo ela, o Ceará tem 105 municípios que alcançaram a meta, 75 estão entre 70% e abaixo de 90%, e três estão abaixo de 70%. “Já temos 46 municípios com cobertura vacinal com homogeneidade, quando o total é alcançado tanto na totalidade quando pelos grupos prioritários”, destaca.
 
De acordo com a coordenadora, as clínicas particulares passam para as secretarias o número de doses de imunização aplicadas. “É importante que o município busque a informação para saber a quantidade dos grupos prioritários que tomaram a vacina. Cada município que é livre para trabalhar, acredito que estejam fazendo”. A expectativa é continuar incentivando as cidades que ainda não estão com homogeneidade na cobertura vacinal, estabelecendo estratégias para alcançar os grupos prioritários com baixo índice de imunização.
A coordenadora estadual detalha os números da cobertura vacinal por público-alvo no Ceará. O grupo de crianças de 6 meses a 5 anos é o com menor índice (76, 53%), enquanto o maior percentual (111,36%) está com os professores das redes pública e privada (ver quadro).
Conforme recomendação do Ministério da Saúde, caso haja disponibilidade de vacinas após o fim da campanha, a imunização poderá ser ampliada para crianças de cinco a nove anos de idade e adultos de 50 a 59 anos. No entanto, essa ampliação não deve ocorrer no Ceará.
“Estamos alcançando a meta de cobertura vacinal e provavelmente não vai sobrar vacina para que outros grupos sejam vacinados”, justifica Ana Vilma.
Ainda de acordo com o MS, 100% das vacinas, o que corresponde a 60 milhões de doses, já foram distribuídas aos estados. A meta nacional é vacinar 54,4 milhões de pessoas até o dia 15 de junho.
A vacina protege contra três vírus, dois do tipo A, o H1N1 e o H3N2, e o influenza B. Conforme último boletim do Ministério da Saúde, até 26 de maio, foram registrados 2.088 casos de influenza em todo o País, com 335 óbitos. Do total, 1.262 casos e 218 óbitos foram por H1N1. Em relação ao H3N2, foram 412 casos e 58 óbitos. Além de 219 registros de influenza B, com 27 óbitos e os outros 195 de influenza A não subtipado, com 32 óbitos.
O boletim epidemiológico divulgado pela Sesa na última sexta-feira apontou 53 óbitos por influenza confirmados no Ceará este ano e oito em investigação. Havia 337 casos registrados no Estado e 156 em análise.

SERVIÇO
Vacina contra influenza
Onde: todos os postos de saúde de Fortaleza (veja a lista em bit.ly/postosdesaudefortaleza)
Quando: de segunda a sexta-feira, das 7h30min às 18h30min

SEGUE SEM VENCER Ceará perde para Chapecoense na Arena Condá e fica estacionado na vice-lanterna da Série A

O Ceará emendou a terceira derrota consecutiva e a quinta na Série A do Brasileiro ao perder para a Chapecoense por 2 a 0  na noite desta quarta-feira, 30. O placar foi todo construído no segundo tempo, com gols de Arthur Caíke e Canteros. 

As muitas modificações que Jorginho fez no Vovô, inclusive abrindo mão do atacante referência, de pouco adiantaram. O Ceará teve dificuldades para acionar o ataque no primeiro tempo e na segunda etapa, quando começou a encaixar os contra-golpes, não conseguiu suportar a pressão da Chape. 

O resultado deixa o Alvinegro estacionado na vice-lanterna da competição, com apenas 3 pontos conquistados, à frente do Paraná apenas por ter marcado mais gols no campeonato. 

O Ceará volta a campo domingo, 3, para encarar o Cruzeiro, no Castelão, às 19 horas, em jogo válido pela 9ª rodada da Série A. O Vovô ainda busca a primeira vitória na elite 

O Jogo 

No primeiro tempo o Vovô esperou pela Chapecoense. A ideia era surpreender em contra-ataques e por isso Jorginho optou por um time mais veloz, com Hyuri e Douglas Coutinho na frente, Wescley mais atrás, atuando como meia e três volantes (Richardson, Pio e Fabinho). O problema é que as saídas rápidas não encaixaram e de cinco finalizações só um chute de longe de Pio foi pra meta, sendo facilmente defendido por Jandrei. 

A Chapecoense era mais objetiva e buscava a grande área alvinegra o tempo todo, mas pecava nas finalizações. A melhor chance dos primeiros 45 minutos foi em um chute rasteiro de Leandro Pereira, que Everson espalmou para escanteio.

Na etapa complementar, Jorginho decidiu mudar na formatação da equipe, tirou Fabinho e lançou mais um zagueiro. Com proteção reforçada na frente do gol, os volantes puderam avançar e assim o Ceará começou a encaixar as jogadas em velocidade. Hyuri e Douglas Coutinho tiveram boas chances, mas jandrei defendeu ambas. 

O time catarinense abusava dos cruzamentos, especialmente com Canteros. E foi em uma bola cruzada, mas por Wellington Paulista, aos 18, que o primeiro gol saiu. Caíke, na segunda trave, desviou para a rede. 

Atrás no placar, o Ceará precisava correr atrás do prejuízo, portanto somente contra-ataques não eram mais suficientes. Jorginho desistiu dos três zagueiros, colocou Reina no lugar de Valdo e Éder Luis na vaga de Hyuri, tentando aumentar a ofensividade do Vovô. A falta de criatividade, no entanto, atrapalhou. 

O gol que deu números finais ao jogo saiu aos 33. Canteros foi derrubado na entrada da área por Richardson e ele mesmo foi pra cobrança da falta. Acertou o canto direito e Everson, que nem se mexeu. O Ceará sentiu o gol e o restante da partida teve poucas emoções.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Edição do Dia

Nelson Meurer é o primeiro condenado pelo STF nos processos da Lava Jato

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal condenou ontem, por unanimidade, o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) a 13 anos, 9 meses e 10 dias de prisão em regime inicial fechado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro cometidos em esquema de desvios na Petrobras.

Meurer se tornou o primeiro parlamentar condenado pela Corte no âmbito da Operação Lava Jato. O caso chegou ao Supremo em março de 2015.

Há pelo menos sete ações penais da Lava Jato envolvendo parlamentares que aguardam uma conclusão no STF. Desde março de 2014, quando foi deflagrada a operação, juízes na primeira instância condenaram pelo menos 169 réus na Lava Jato, conforme balanço do Ministério Público Federal. Desse total, 132 foram condenados pela Justiça Federal no Paraná em 203 sentenças, segundo dados até 14 de maio.

Meurer poderá recorrer em liberdade. Os ministros também decidiram que caberá à Câmara analisar se o parlamentar deve ou não perder o cargo. O deputado terá de pagar multa de cerca de R$ 265 mil, em valores que ainda serão corrigidos pela inflação.
No primeiro julgamento de uma ação penal da Lava Jato no STF, a Segunda Turma entendeu que Meurer foi beneficiado com uma série de repasses que totalizaram pelo menos R$ 4,7 milhões oriundos de um caixa de propina administrado pelo doleiro Alberto Youssef envolvendo a Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Compõem a Turma os ministros Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Celso de Mello, decano do STF.

Apesar do placar unânime pela condenação, houve divergência entre os ministros sobre a extensão dos crimes praticados. Os ministros se dividiram ainda quanto à perda automática do cargo de Meurer.

A Segunda Turma também decidiu condenar Nelson Meurer Júnior (4 anos, 9 meses e 18 dias de prisão em regime semiaberto) e Cristiano Meurer (3 anos e 4 meses de prisão) - filhos do deputado - por corrupção passiva. No caso de Cristiano, ele não terá de cumprir a pena, porque o crime prescreveu. Nelson Meurer Júnior, por sua vez, terá de pagar uma multa equivalente a R$ 45 mil, que deverão ser corrigidos.

Meurer e os filhos também foram condenados a indenizar a Petrobrás em R$ 5 milhões, valor aquém do que havia sido pedido pela estatal (R$ 34,2 milhões).

O advogado Michel Saliba, defensor de Meurer e dos filhos, disse que respeita a decisão da Segunda Turma, mas não concorda com seus termos, “notadamente a dosimetria da pena, que considera elevada”. “Tão logo seja publicado o acórdão, a defesa apresentará o recurso cabível”, disse em nota.

A defesa alega que a denúncia foi baseada em presunções da acusação. Para o advogado, o deputado não pode ser acusado somente por ter sido líder do PP em 2011, por seis meses, e ter sido amigo do ex-deputado José Janene, morto em 2010, e acusado de participar da arrecadação de propina para o partido.

Ceará volta a campo hoje fora de casa para tentar encerrar má fase

Nove jogos sem vencer, protestos da torcida e contratação de novo treinador. É nesse cenário de pressão que o Ceará chega à 8ª rodada do Campeonato Brasileiro para enfrentar a Chapecoense hoje, às 21 horas, na Arena Condá-SC.
Ocupando a penúltima colocação da tabela com três pontos - campanha de três empates e quatro derrotas -, o Vovô precisa de uma vitória urgente para ter um pouco de alívio neste início de competição. Uma reação tardia na elite do futebol pode custar caro. Apenas o Ceará e o Paraná ainda não venceram no Brasileirão.

O adversário catarinense também não vai bem das pernas, estando uma posição à frente do clube do Poraganbuçu no Z4, com seis pontos - um empate, três derrotas e três vitórias.

Após a estreia com derrota para o Grêmio, Jorginho deve ir além nas mudanças da equipe. Para o primeiro embate do Ceará sob o seu comando, o treinador carioca manteve a formação utilizada por Marcelo Chamusca, mas mexeu no sistema de jogo. O Alvinegro passou a ser mais defensivo e atuar em busca de um contra-ataque.
Diante da Chape, o ex-lateral tetracampeão mundial em 1994 vai promover alterações em todos os setores: da defesa ao ataque. O técnico não poderá contar com três jogadores que atuaram como titular na última partida: o zagueiro Rafael Pereira, o meio-campista Juninho e o atacante Felipe Azevedo - o trio trata lesão no departamento médico do clube e não viajou para Chapecó-SC. Não foram relacionados também por conta de contusão o atacante Arthur e o volante Naldo.
Na zaga, Valdo é o substituto imediato de Rafael Pereira. No meio, o recém-contratado Fabinho e Pio brigam pela vaga aberta. No ataque, Hyuri e Douglas Coutinho são os mais cotados para substituir Azevedo. Mesmo vencendo, o Ceará não sai da zona de rebaixamento, mas pode encostar na turma que vem logo acima.
A Chape também vai para o duelo com baixas na equipe. O técnico Gilson Kleina não contará com o lateral-esquerdo Bruno Pacheco, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, nem com o volante Amaral, devido a uma lesão na face.
Para buscar o triunfo, o treinador deve lançar a campo o atacante Leandro Pereira no lugar do volante, saindo do esquema 4-4-2 para o 4-3-3, formação utilizada por Kleina nos duelos dentro de casa. Com esse sistema de jogo, a Chapecoense venceu o Flamengo por 3 a 2. Já para a lateral Vinicius Freitas, substituto imediato de Bruno Pacheco, assumirá a vaga.

FICHA TÉCNICA
SÉRIE A 2018
Chapecoense
4-3-3: Jandrei; Apodi, Rafael Thyere, Douglas e Vinicius Freitas; Elicarlos, Márcio Araújo e Canteros; W. Paulista, Leandro Pereira e Arthur Caíque. Técnico: Gilson Kleina.

Ceará
4-4-2: Everson; Samuel Xavier, Valdo, Luiz Otávio e Romário; Richardson, Fabinho, Ricardinho e Hyuri; Wescley e Elton. Técnico: Jorginho.
Local: Arena Condá-SC
Data: 30/05/2018
Horário: 21 horas
Árbitro: Igor Junio Benevenuto (MG)
Assistentes: Felipe Alan Costa e Ricardo Junio de Souza (MG)
Transmissão: Rádio O POVO/CBN (FM 95.5 e AM 1010), Tempo Real em opovo.com.br/esportes e Premiere
VEJA MAIS: CEARÁ - NOVO TREINADOR, VELHOS PROBLEMAS | NA PRANCHETA #18

Governadores e prefeitos não aceitam abrir mão de recursos

01:30 | 30/05/2018
CAMILO SANTANA critica a duramente a condução da crise pelo governo Temer JULIO CAESAR
CAMILO SANTANA critica a duramente a condução da crise pelo governo Temer JULIO CAESAR
Os Estados e municípios se recusam a pagar a conta gerada após o Governo Federal oferecer concessões para entrar em acordo com os caminhoneiros em greve há mais de uma semana. Na ponta do lápis, o rombo inicial deverá girar em torno de R$ 9,5 bilhões.
 
As Prefeituras não querem abrir mão da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e os governos estaduais descartam reduções no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A equipe econômica do presidente Michel Temer (MDB) tem considerado a possibilidade de reduzir a contribuição dos Estados para aliviar os cofres federais. 
Na semana passada, os governadores do Nordeste e de Minas Gerais já haviam assinado uma carta repudiando a possibilidade de redução da alíquota do ICMS nos combustíveis. No texto, os gestores disseram que “o Governo Federal tenta fugir às suas responsabilidades convocando os governos estaduais – já tão sacrificados pela injusta concentração de recursos na União – a renunciar às suas receitas do ICMS, supostamente para atender demandas dos representantes dos transportadores participantes da paralisação”. 
Ontem, o governador Camilo Santana (PT) declarou que “o presidente da República, de forma irresponsável, aumenta o preço dos combustíveis abusivamente e joga a responsabilidade para os estados”. “Diminuíram os recursos da saúde para o Ceará, não recebo um centavo para a segurança e agora querem jogar culpa para que os estados comecem a desonerar mais ainda o ICMS”, desabafou. 
Ao O POVO, o secretário da Fazenda, João Marcos Maia, disse que “o Ceará não vai abrir mão de receita comprometendo a sua saúde fiscal e financeira para corrigir um problema criado pela política de preço do Governo Federal”. 
No âmbito municipal, o movimento é semelhante. Em audiência pública realizada ontem na Câmara dos Deputados, o presidente da Associação Brasileira dos Municípios (ABM), Ary Vanazzi, apontou a responsabilidade do problema econômico para o Governo Federal e disse que “zerar a Cide sobre óleo diesel significa hoje uma redução de 30% dos valores que nós (prefeitos) recebemos do imposto. A grande maioria das cidades só tem a Cide para fazer tapa-buraco e para fazer manutenção das vias”. 
Em nota à imprensa, a entidade, que representa as mais de cinco mil administrações municipais afirmou que “mais uma vez o Governo Federal tenta empurrar a conta para os demais entes da federação, retirando dos municípios mais esse recurso. A maioria dos municípios brasileiros está lutando para fechar as contas, mantendo em dia o pagamento do funcionalismo e dos fornecedores”. 
No Ceará, de acordo com o consultor econômico da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), André Carvalho, o impacto nas contas, porém, é mais “simbólico” do que prático.  
A receita das Prefeituras, segundo ele, tem os pilares baseados no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), ICMS e repasses para a saúde, oriundos do Sistema Único de Saúde (SUS). A questão, lembra o consultor, é a decisão de retirar mais uma fonte de renda das prefeituras após as últimas quedas de repasses.

PEC
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, mandou instalar uma comissão especial sobre a reforma tributária. A proposta veio após o caos pelo preço dos combustíveis.  

COMBUSTÍVEIS
PROPOSTAS DA CADE ESTUDO Em meio à crise de abastecimento gerada pela greve dos caminhoneiros, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) divulgou ontem um estudo com sugestões de medidas para aumentar a concorrência no setor de combustíveis e reduzir os preços ao consumidor final. 1 - Permitir que os produtores de álcool vendam diretamente aos postos. 2 - Permitir a verticalização no comércio de combustíveis, ou seja, que refinaria ou uma distribuidora tenha seus próprios postos. 3 - Permitir a importação de combustíveis pelas distribuidoras. 4 - Informar aos consumidores o nome dos donos de postos, para que fique claro quem concorre com quem. 5 - Melhorar a informação de órgãos de governo sobre o comércio do combustível, para detectar mais facilmente condutas anticompetitivas. 6 - Modificar o sistema de cobrança do ICMS, que é por substituição tributária. A avaliação é que essa prática facilita uniformização de preços. 7 - Repensar a tributação do combustível, que é ad rem (valor fixo por litro) e por isso pesa proporcionalmente mais sobre o litro mais barato. 8 - Permitir postos autosserviços. 9 - Repensar as normas sobre o uso concorrencial do espaço urbano. Por exemplo, autorizar a instalação de postos em hipermercados.