terça-feira, 28 de agosto de 2018

Candidatos ao Planalto fazem campanha no Ceará

De hoje até a próxima sexta-feira, Fortaleza está na rota dos candidatos à Presidência da República e seus aliados.

Vice na chapa do capitão da reserva Jair Bolsonaro (PSL), General Mourão tem agenda na capital cearense na noite desta terça-feira.

Líder das pesquisas de intenção de voto nos cenários sem Lula, Bolsonaro intensifica atividades no Nordeste. Mourão encontra-se com o candidato ao Governo do Estado Hélio Gois (PSL), que tenta melhorar desempenho na briga atrelando sua imagem à do militar.

No dia seguinte, é a vez de João Amoêdo (Novo) fazer campanha na Cidade.

Na sexta-feira, 31, data de estreia do horário eleitoral gratuito, o vice na chapa petista Fernando Haddad e o candidato tucano Geraldo Alckmin estarão em Fortaleza.

Pela primeira vez no Ceará desde o início da campanha, o ex-prefeito de São Paulo e o ex-governador paulista têm objetivos comuns: a busca pelo voto lulista.

Ainda mal nos levantamentos de voto, Alckmin quer firmar base numa região cujos eleitores votam em maioria no PT. Ungido por Lula e potencial cabeça da chapa, Haddad pretende canalizar a migração de votos.
Henrique Araújo

Governo visita Ásia em busca de montadora de veículos

Em busca de atrair novas empresas para Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE Ceará) em São Gonçalo do Amarante, o Governo do Estado realiza visita à Ásia no próximo mês. Entre as conversas a serem iniciadas, está a tratativa de instalação de uma montadora de veículos na ZPE.

"Temos uma siderúrgica e olhamos para outras indústrias. O projeto da montadora é algo em fase inicial. A Ásia é um grande mercado e o Ceará está em busca de uma linha de montagem para que possamos fazer a exportação via ZPE", disse César Ribeiro, titular da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE) do Estado.

Ele viaja na segunda semana de setembro com uma comitiva do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços para o continente asiático. No entanto, deve tocar uma agenda paralela à ministerial. Nesse sentido, está marcada uma visita ao Japão. "Essa agenda ocorre de maneira paralela. Vamos falar da ZPE e agradecer de maneira recíproca à visita da Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil ao Ceará", explica.

Questionado sobre a nacionalidade da empresa que irá fabricar os veículos, ou os modelos que podem entrar em linha de produção (automóveis, comerciais leves ou ônibus), o titular da SDE destaca não haver definição. "Não temos (a nacionalidade), estamos começando a fazer essa imersão (conhecer as empresas). Essa qualificação (modelo de produção) acontece durante a negociação. Claro que o mercado externo demanda a linha leve. Visitei uma fábrica da Renault recente no Marrocos que está inserida dentro de uma ZPE e que exporta para a Europa", afirmou.

A ideia é que, a partir do Ceará, a companhia expanda suas operações para o mercado da América Latina. O interesse pela montadora é mais um pleiteado pelo Estado. Isso porque, dentro das perspectivas de negócio, há espaço para buscar parcerias no segmento da Indústria 4.0. Entram na mira as companhias fabricantes de hardwares, desenvolvedoras de nanotecnologia.

O desejo cearense por uma montadora é antigo. Em 2015, negociava-se com a Multirede Solar Brasil uma unidade fabril para a produção do Nanico Car. O investimento global era da ordem de R$ 16 milhões - dividido em três etapas. Estimava-se, à época, a produção de um carro até R$ 20 mil. O número de unidades fabricadas ao mês iria variar entre 500 a 1.000 veículos.

Como o negócio brasileiro não decolou, em 2016 o Governo do Estado manteve diálogo com a montadora chinesa Zotye Motors. Esta previa investir R$ 200 milhões em uma indústria com capacidade projetada para 20 mil unidades ao ano. Em um primeiro momento, a fábrica responderia pela montagem dos veículos importados para o Ceará, sem a necessidade de peças nacionais - formado CKD (Completely Knock-Down).

Na primeira etapa (apenas montagem dos veículos), entre 500 e 600 empregos diretos seriam gerados. A produção ocorreria no primeiro semestre de 2017. Na etapa mais avançada (linha de produção), o número de funcionários saltaria para até 2.500. Os automóveis seriam produzidos no primeiro semestre de 2018. Sem uma definição concreta, o negócio também não engrenou. A chinesa Souest também foi visitada pelo Governo. Em novembro de 2016, o governador Camilo Santana (PT) esteve em Fujian, sede da montadora. As tratativas não avançaram. 

Montadoras japonesas nos Brasil
Honda
A sede fica em Sumaré (SP). Há 46 anos presente no País, a Honda atua com produção de motocicletas e automóveis.

Mitsubishi
Em 1998, foi inaugurada a fábrica da Mitsubishi Motors do Brasil, em Catalão, Goiás. Em 2010, começou ampliação.

Nissan
Em parceria com a Renault, produz no complexo Ayrton Senna, no Paraná.

Suzuki
Toda a linha de motocicletas é produzida pela J. Toledo Suzuki Motos em sua planta no Pólo Industrial de Manaus.

Toyota
Quatro plantas em São Paulo: Indaiatuba, Sorocaba, São Bernardo do Campo e Porto Feliz.

Governo apresentará ao TRE plano de segurança para eleições

A atuação de tropas federais nas eleições do Ceará ainda é incerta. O Governo do Estado apresentará, nesta semana, o plano de segurança das forças policiais locais. Apostando no grande contingente, o governador Camilo Santana (PT) levará os detalhes ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE), que já decidiu pela ajuda do Exército. Caso o governador dê parecer negativo à solicitação, a decisão ficará a cargo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ontem, estiveram reunidos representantes do Governo, incluindo Camilo Santana e o secretário da Segurança Pública, André Costa; e a presidente do TRE-CE, Nailde Pinheiro Nogueira, além do vice-presidente e corregedor, desembargador Haroldo Correia de Oliveira.

Foram apresentados os motivos que levaram o pleno a votar, por unanimidade, pela requisição de tropa federal para cinco municípios cearenses: Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Sobral e Juazeiro do Norte. Juízes de outras 17 localidades também haviam requerido ao TRE apoio para o processo eleitoral. A maioria com a mesma justificativa: a atuação de facções criminosas.

Rio de Janeiro, Piauí, Maranhão e Acre já tiveram requisição de reforço aprovada pelo TSE. O secretário da Segurança do Piauí, coronel Rubens Pereira, disse que, ainda em julho, reunião com o representante da 10ª Região Militar (sediada em Fortaleza) traçou um plano de atuação do Exército naquele estado. "O aparato federal vai se instalar nas cidades, nas praças e logradouros públicos. O objetivo é fortalecer a sensação de segurança", detalha.

Pereira explicou que a decisão final em requerer apoio foi do TRE do Piauí, embasado nos pedidos dos juízes de cada comarca. No total, 114 cidades receberão homens do Exército. A maior problemática, de acordo com o coronel, é o pequeno contingente policial: 5.400 policiais militares e cerca de 400 policiais civis para atuarem em 224 municípios.

No Rio de Janeiro, conforme o TRE local, a solicitação foi feita ao TSE no dia 19 de julho. É destacada a situação notória de insegurança, que já recebeu intervenção nesta área, e o histórico recente de reiteradas solicitações de tropas federais em pleitos (2012,2014 e 2016). Questionado, o Governo do Maranhão ressaltou que a decisão em solicitar apoio compete ao Tribunal Regional Eleitoral.

Para o pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV) da UFC, Luiz Fábio Paiva, a presença das tropas federais podem até impor uma sensação de segurança. Mas não a efetiva. "Criar medidas circunstanciais para problemas sistêmicos. O crime sabe como tratar isso. Se houver necessidade de recuar, eles o fazem. Passam um período em calma, mas a pressão permanece", ponderou.

O especialista questionou a política de segurança pública aplicada no Ceará e no Brasil. E destaca que a quantidade de policiais, principal argumento do Governo para não necessitar pedir apoio da tropa federal, deve ser questionada. "Há quantidade, mas a qualidade do trabalho que está sendo construído no âmbito da segurança pública é precária", afirma.

A DECISÃO
Decisão do TRE-CE baseia-se em parecer da Procuradoria Regional Eleitoral a partir de investigação conduzida pelo Ministério Público Estadual, que apontou suspeita de interferência de facções criminosas nas eleições no Ceará.

EFETIVO
Camilo tem usado como argumento os investimentos do Governo em segurança pública. "Foram mais de 8 mil homens contratados em três anos e meio. Nenhum estado contratou tantos policiais", afirmou ao O POVO no último sábado.

General Theophilo se reúne com jovens empresários

GENERAL THEOPHILO participou dealmoço com integrantes da AJE FABIO LIMA
GENERAL THEOPHILO participou dealmoço com integrantes da AJE FABIO LIMA
O candidato ao Governo do Estado, General Theophilo (PSDB), se reuniu ontem com a Associação dos Jovens Empresários (AJE), em um restaurante na avenida Beira Mar. Na pauta, as propostas da oposição para o incentivo ao empresariado local. A entidade pretende também realizar encontro com o candidato à reeleição, Camilo Santana (PT). O ofício foi encaminhado ao Palácio da Abolição e a associação aguarda retorno do encontro.

De acordo com o coordenador geral da AJE, Iury Torquato, o convite se dará apenas aos dois candidatos que têm mais chances de saírem vitoriosos no pleito de outubro. De acordo com a última pesquisa Ibope, Camilo e General lideram as intenções de voto, com o petista apresentando 64% e o tucano com 4%.

O candidato chegou acompanhado da candidata a vice, Emília Pessoa (PSDB), e da candidata ao Senado, Mayra Pinheiro (PSDB). Na chegada, o tucano afirmou que suas propostas de governo estão sendo adaptadas na medida em que há demanda e participação da sociedade.

Sobre os empresários, o candidato afirmou que a juventude empresarial "é a força de trabalho que queremos impulsionar no nosso governo". Ele apontou pelo menos dez metas que o governo deve implementar para o mercado cearense. "As dez metas são para que a gente possa discutir e adaptar com eles o que interessa para que a gente possa fazer um plano voltado para o povo do Ceará", disse em coletiva.

O coordenador geral da AJE, Iury Torquato, avaliou o encontro como positivo. A entidade questionou o candidato sobre segurança pública e burocracia que os empresários enfrentam para abrir e manter uma empresa no Ceará. "Uma bandeira nossa é a desburocratização. A gente quer ouvir dos candidatos propostas para incentivar o empreendedorismo e diminuir carga tributária para aumentar a atividade empresarial", destacou Torquato.

No almoço, realizado por volta das 13 horas, o candidato falou sobre a instalação de bloqueadores de celulares nos presídios, o fechamento das fronteiras e combate às drogas como forma de evitar o crescimento da criminalidade no Estado.

A AJE, de acordo com a direção, não pode apoiar candidatos. Os encontros com os postulantes são realizados como forma de conhecer as propostas dos que devem gerir o Estado pelos próximos quatro anos. "O nosso papel é convidar os candidatos para escutar as propostas e que eles (candidatos) possam ouvir as nossas demandas", disse o coordenador.

ALMOÇO

BASTIDORES

ESTRATÉGIA
O candidato do PSDB disse que não vai mudar a estratégia de campanha depois da divulgação da pesquisa Ibope em que aparece com índice baixo de intenção de voto.

PROPAGANDA
Theophilo disse que os primeiros programas na propaganda eleitoral devem focar na sua biografia e nas "contradições" do atual governo.

"SOZINHO"
O candidato chegou ao evento sem a presença do senador Tasso Jereissati (PSDB). A jornalistas, afirmou que deverá realizar mais agendas "sozinho" em razão dos compromissos do senador. Tasso é o principal cabo eleitoral do militar reformado.

Em sabatina, Ciro defende aliado e faz aceno a eleitorado de Lula

01:30 | 28/08/2018
CIRO foi o primeiro presidenciável sabatinado no Jornal Nacional EVARISTO SÁ
CIRO foi o primeiro presidenciável sabatinado no Jornal Nacional EVARISTO SÁ
Primeiro dos convidados na série de sabatinas realizadas pelo Jornal Nacional (TV Globo) com os candidatos à Presidência, Ciro Gomes (PDT) garantiu ter "confiança absolutamente cega" no presidente pedetista, Carlos Lupi.

O dirigente partidário é réu em ação de improbidade que tramita no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), no Distrito Federal.

Lupi também foi citado em delação por Carlos Miranda, operador do ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral, hoje preso por corrupção. Miranda o acusou de receber propinas mensais de R$ 100 mil distribuídas por helicóptero.

Questionado pelos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos, o ex-ministro admitiu ter "convicção de que ele (Lupi) é um homem de bem". E completou: "Na minha opinião, essas informações não estão assentadas. Réu ele não é. Com certeza ele não é".

O postulante desconversou, porém, sobre afirmação segundo a qual Lupi teria qualquer cargo a sua escolha numa eventual gestão do postulante.

Ciro então se comprometeu a "adicionar esclarecimentos" em seu site caso as informações apresentadas pelos jornalistas se revelassem corretas.

Ao fim do programa, Bonner reafirmou que Lupi é réu não no Supremo Tribunal Federal (STF), como havia dito antes, mas no TRF-1. Em seguida, leu o número da ação penal de que o pedetista é alvo.

Além do tema da corrupção, Ciro também foi confrontado por declarações que já tinha dado sobre a Operação Lava Jato. Em entrevista a uma rádio do Maranhão dois meses atrás, o candidato assegurou que colocaria o Ministério Público "de volta na sua caixinha".

Na sabatina de ontem, ele repetiu crítica à força-tarefa e advertiu: a Lava Jato "só prestará bom serviço ao Brasil se for vista pela maioria como uma coisa equilibrada".

O ex-ministro destacou então que, "apesar de mil demonstrações de corrupção do PSDB, nenhum deles foi preso".

Sobre virtual apoio do PT a seu nome, disse nunca ter imaginado "que o PT deixaria de ter candidato próprio pra me acompanhar".

Na sequência, porém, fez aceno ao eleitorado do petista, cuja candidatura deve ser barrada pela Lei da Ficha Limpa. "Pra mim, o Lula não é um satanás como certos setores da imprensa pensam. E também não é um deus como certos metidos a religiosos do PT pensam", afirmou.

Ele foi um presidente que fez muita coisa boa pra muita gente do Brasil. E em respeito a essas pessoas, sempre que perguntado, faço essa menção a ele."

Perguntado sobre o aumento da violência no Ceará durante os governos do irmão Cid Gomes no Estado, o pedetista atribuiu às facções criminosas o surto de homicídios.

"Todo o investimento foi feito", falou. "O susto lá (no Ceará) é que nossa polícia evidentemente não estava preparada para esse tipo de crime."

Novo
Com apenas 5 segundos em cada bloco do horário eleitoral gratuito dos presiden-ciáveis na TV e excluído dos debates nas emissoras, o candidato do Novo à Presidência, João Amoêdo, ampliou sua equipe nas redes sociais e investe em postagens patrocinadas.


segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Edição do Dia

VERSÃO IMPRESSA "Não é admissível que Camilo não peça ao Exército para colaborar"

Um dia após o governador Camilo Santana (PT) afirmar que a Polícia no Ceará "tem efetivo suficiente" para resguardar a segurança do processo eleitoral no Estado, o candidato adversário General Theophilo (PSDB) disse que essa avaliação "é totalmente descabida".

"As facções estão colocando a população sob o temor do crime organizado. Não é admissível que ele (Camilo) não peça ao Exército para colaborar", criticou o postulante do PSDB, que participou de caminhada no Mercado São Sebastião ontem pela manhã.

Theophilo refere-se à solicitação, aprovada por unanimidade pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) na última semana, para o envio de tropas federais ao Ceará durante as eleições.

Decisão colegiada, a medida baseia-se em parecer da Procuradoria Regional Eleitoral (PGE) a partir de investigação conduzida pelo Ministério Público Estadual (MPE), que apontou suspeita de interferência de facções criminosas nas eleições no Ceará.

De acordo o candidato tucano, o ideal, nestas condições, é "pedir uma GVA para que o eleitor vá tranquilo às urnas sem ter medo de que seja ameaçado por uma facção".

Garantia da Votação e Apuração, GVA é uma operação de competência exclusiva do Exército. É realizada pontualmente, em áreas restritas onde haja risco de conflito armado e com objetivos específicos, acordados com as autoridades da Justiça Eleitoral.

No sábado, 25, durante ato que retomou sua campanha à reeleição depois dos assassinatos de três policiais militares na Vila Manoel Sátiro, Camilo disse que tem reunião agendada nesta segunda-feira com a presidente do TRE-CE, a desembargadora Nailde Pinheiro, para discutir o pedido de reforço.

"Vou receber o TRE-CE e saber quais são as justificativas. Sempre fiz parcerias com os órgãos federais. Vamos avaliar. Quero ouvir qual é a necessidade disso", respondeu o petista.

Questionado se solicitaria auxílio da tropa federal para as eleições, o governador negou. "Eu, não. Eu acredito na minha polícia. Nós fomos o Estado que fez o maior aumento de efetivo policial do País", falou.

Para o postulante do PSDB, entretanto, "não compete ao governador dizer isso". E completou: "O TRE é que está solicitando. Isso compete ao Tribunal Regional Eleitoral avaliar. É esse órgão que vai decidir e não ele".

Acompanhado pela vice na chapa, a vereadora de Caucaia Emília Pessoa (PSDB), e os candidatos ao Senado Eduardo Girão (Pros) e Dra. Mayra (PSDB), o militar ressaltou sua experiência nas Forças Armadas entre eleitores.

"Eu trabalho nisso há 45 anos. Não basta pedir só (ajuda ao Exército)", afirmou. Segundo ele, seria necessário realizar também inspeção sistemática dos presídios e operação de varredura para apreensão de aparelhos celulares, por exemplo.

"Eu fiz isso em Manaus no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), onde a liderança da Família do Norte, do PCC e do Comando Vermelho está. Prendemos um líder de facção morando numa suíte presidencial. Aqui nunca foi pedido isso", acrescentou.

Agendas
A reportagem não conseguiu contato com os candidatos ao Governo do Estado Mikaelton Carantino (PCO) e Francisco Gonzaga (PSTU) para apurar a agenda de campanha.

CEARÁ

Campanha tucana

FACÇÕES
Candidato do PSDB à sucessão de Camilo Santana (PT), General Theophilo afirmou que alguns "companheiros de chapa me pediram pra retirar o nome General dos carros".

De acordo com o tucano, os postulantes a vagas nos legislativos estadual e federal têm receio de estampar adesivos nos carros e transitar por áreas com atuação de facções criminosas.

"Eles estão temendo uma reação contra eles. Já tiraram os adesivos porque moram em comunidades dominadas por facções", afirmou Theophilo.

Ibope expõe fraquezas de candidatos à Presidência

Jair Bolsonaro (PSL) enfrenta forte resistência no eleitorado feminino. Marina Silva (Rede) patina entre os homens. Ciro Gomes (PDT) não convence os evangélicos. Geraldo Alckmin (PSDB) não atrai os mais jovens. Fernando Haddad (PT), provável substituto de Luiz Inácio Lula da Silva, tem desempenho pífio no interior.

Além de mostrar quem lidera a corrida eleitoral, a pesquisa Ibope/Estado/TV Globo expôs os segmentos do eleitorado em que os candidatos à Presidência têm desempenho mais fraco do que a média.

É provável que esse quadro se mantenha, em um primeiro momento, pois as equipes de campanha dos principais concorrentes não planejam fazer agora esforços para conquistar eleitores mais resistentes. Pelo contrário, a estratégia é reforçar os laços com eleitores de perfil mais afeito ao discurso de cada um.

Apenas um terço do eleitorado de Bolsonaro é formado por mulheres sendo que as eleitoras são 53% do eleitorado nacional. O deputado, que costuma obter alto engajamento de seguidores nas redes sociais, também enfrenta resistências no eleitorado mais velho e menos conectado à internet.

Eliane Souza, que vive em Teresina (PI), é contundente ao explicar os motivos que a levam a não cogitar o candidato do PSL nas eleições. "Ele entra em polêmicas sobre racismo, mulheres, homofobia... Não acho que ele tenha condições de governar o nosso país", afirmou.

Moradora da periferia de Salvador, a aposentada Maria José dos Santos, de 76 anos, não possui celular. "Não sei quem é esse cara, nunca ouvi falar", disse ela, ao ser questionada sobre a candidatura de Bolsonaro.

Se dois terços do eleitorado de Bolsonaro é masculino, com o contingente que apoia Marina ocorre o contrário. Segundo o Ibope, somente 37% dos eleitores da candidata da Rede ao Planalto são homens. Ela também tem desempenho abaixo da média nacional entre os eleitores mais velhos, brancos, de renda alta e do interior.

"Ah, não dá, Marina tem um sério problema de confiabilidade governamental", disse Rinaldo Gomes da Silva, de Pitangueiras, cidade na região de Ribeirão Preto, em São Paulo.

Mulher, branca, evangélica e moradora da região Centro-Oeste, a radialista Yara Galvão, de Aparecida de Goiânia (GO), é representante de vários segmentos nos quais Ciro tem desempenho ruim. Para ela, o "histórico político" do representante do PDT "desabona o candidato".

Lucas Morais, de 26 anos, morador de Fortaleza, considera Alckmin um candidato dos "empresários sulistas", o que afasta qualquer possibilidade de votar no ex-governador. Morais encarna, ao mesmo tempo, dois segmentos em que o tucano tem desempenho inferior à média: nordestinos e jovens.

Na divisão das intenções de voto por gênero e por religião, porém, a distribuição dos simpatizantes de Alckmin espelha exatamente a composição do eleitorado do País.

Haddad ainda nem se apresenta como possível candidato, apesar de o PT apostar nele como "plano B" para quando Lula for declarado inelegível por problemas legais o ex-presidente foi condenado em segunda instância na Lava Jato e está preso desde o dia 7 de abril.

Pouco conhecido no País, Haddad é ainda mais ignorado fora das capitais. "É um cara que não se destaca", disse Gilmar Baioto, 51 anos, comerciante de Porto Belo (SC). "Não conheço o trabalho dele", afirmou em discurso parecido ao de Rosângela Souza, de Florianópolis.
Agência Estado

Menos financiamento, menos matrículas

Sem crédito para financiar um curso no ensino superior e com o aumento do desemprego, o sonho de ingressar numa universidade ficou mais difícil para milhares de brasileiros. A crise econômica, com redução de investimentos no Programa de Financiamento Estudantil (Fies) do Governo Federal, representa queda significativa no número de matrículas em todo o Brasil. Só no primeiro semestre deste ano, 80 mil alunos deixaram de ingressar em faculdades particulares de todo o País, o que representa uma diminuição de 5% em relação ao mesmo período de 2017. Os dados são do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp). No Ceará, a realidade é ainda mais preocupante, segundo o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe-CE): do segundo semestre de 2015 até o primeiro semestre de 2018, as matrículas reduziram em 15,48%.

"Isso é um número exagerado para um estado pobre. A nossa média de taxa de matrícula do público de 18 a 24 anos, que é o recomendado para estar no ensino superior, é muito mais baixa do que o percentual nacional", afirma o presidente do Sinepe-CE, professor Airton Oliveira.

Ele afirma ainda que, neste mesmo período, a evasão em instituições de ensino privado foi de quase 25%. "Em 2014 essa baixa (de matrículas) quase não existia porque havia uma oferta muito grande do Fies".

De acordo com dados apresentados na quarta-feira, 22, no Seminário de Ações Digitais na Educação Brasileira, promovido pelo Semesp, o número de ingressantes em cursos presenciais nas instituições de ensino superior no Ceará registrou queda de 9%, passando de 58 mil em 2015 para 53 mil em 2016. Na Região Metropolitana de Fortaleza a redução foi de 8%. No cenário brasileiro houve recuo de 4,9% no período.

Os números acompanham a queda na quantidade de contratos do Fies firmados no Ceará. Enquanto que em 2014 foram assinados 32.548 documentos de financiamento, em 2017 o número foi reduzido a 11.630, pouco mais de um terço do total anterior. Em percentuais, a baixa é de 64,26% nos contratos. Os anos de 2018 e 2019 não apontam perspectiva de aumento neste número.

"A cada semestre é assim: os valores aumentam e eu faço um verdadeiro malabarismo para manter os meus estudos", conta Virna Oliveira, 23, estudante de Odontologia. As manobras dessas tentativas incluem já ter mudado de casa, ter pedido dinheiro emprestado, alterações nas disciplinas, cotas de familiares para fechar a conta do semestre Tudo isso para percorrer até o fim o sonho de se formar e atuar profissionalmente na área. A estudante, que está no 9º semestre do curso, sente cada vez mais os impactos dos custos da mensalidade.

Desde que resolveu trancar a graduação em Enfermagem e se transferir para outra instituição, Virna perdeu o Fies, que cobria 100% dos custos durante a execução do curso. Ela ressalta que, além dos custos da mensalidade que já são altos por se tratar de um curso na área de saúde , há ainda as despesas de material didático, alimentação, transporte e kits de equipamentos obrigatórios.

"Tudo isso é muito complicado, mas mais complicado é ver que muitos dos meus colegas que também perderam financiamento ou nem conseguiram fazer simplesmente não conseguem permanecer no curso. Largam mesmo. Tive amigos que saíram depois de terem aguentado até o meio da graduação. Isso é muito triste", lamenta.

Segundo ela, a instituição onde estuda atualmente conta com financiamento próprio, mas o requisito é que o estudante tenha um fiador que possua salário três vezes maior que o valor da mensalidade. "Não tem ninguém na minha família e no meu círculo que tenha essa renda", diz. Ainda assim, apesar das dificuldades, ela sente que a jornada que tem encerramento próximo deve trazer um bonito projeto de futuro pela frente.

No Brasil, o ano de 2017 teve o menor número de vagas ofertadas com Fies em seis anos, com 225.000 contratos nos dois semestres. E 2018 não deve ser diferente. O Governo anuncia somente 155 mil vagas, número quase cinco vezes menor que as 730 mil ofertadas em 2014.

Neste ano, a situação é ainda mais delicada porque só 50 mil são a juros zero, como eram todas as outras vagas nos anos anteriores. As outras 105 mil vagas estão suscetíveis a juros de até 3,4%.

Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, reforça que a crise econômica aliada à redução do financiamento foram definidoras para a redução do ingresso de alunos e o aumento da evasão. "Isso fez com que muitas pessoas postergassem a entrada na universidade, e também trancamento e abandono de cursos daquelas que já estavam matriculadas, isso por conta de perda de renda e de emprego", afirma.

O maior impacto dessa redução, conforme Capelato, é uma concorrência maior entre as instituições, já que a capacidade instalada é muito maior que o número de alunos. "Mas, mais que isso, há um prejuízo muito grande para o País, que já vem de muitos anos com um atraso histórico em relação à cobertura do Ensino Superior. Isso representa um prejuízo porque o desenvolvimento econômico e social de um país passa necessariamente pelo nível de escolaridade de sua população", conclui.

NÚMEROS

80
Mil alunos deixaram de ingressar em faculdades particulares no Brasil em 2018

25%
É, aproximadamente, a taxa de evasão nas instituições privadas de ensino superior no CE

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Edição do Dia

Dólar comercial fecha cotado a R$ 4,12

O dólar ultrapassou a barreira dos R$ 4,10, encerrando o pregão de ontem com alta de 1,65%, cotado a R$ 4,1230 na venda. A cotação da moeda norte-americana atingiu o maior patamar desde 21 de janeiro de 2016, quando bateu R$ 4,1655. O aumento de ontem representa o sétimo pregão consecutivo de valorização da moeda, que no período acumulou uma alta de 6,44%.

Apesar de volatilidade da moeda, o Banco Central segue sem leilões extraordinários de venda futura do dólar, os chamados swaps cambiais, que serve para aumentar a liquidez da moeda e diminuir sua valorização.

Na bolsa de valores de São Paulo, o índice B3 terminou em baixa de 1,65%, com 75.633 pontos. O resultado negativo inverteu a tendência no fechamento de quarta-feira, quando o Ibovespa fechou em alta de 2,29%.

O pregão encerrou com os papéis de grandes empresas, as chamadas ações blue chip, em queda, como Petrobras caindo 2,18% e Itaú, 3,89%.

Para o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, a alta recente do dólar se deve à "volatilidade de curtíssimo" prazo e não deverá afetar decisões de longo prazo sobre investimentos. Por isso, o executivo não crê que o aumento da moeda afetará as perspectivas de liberações de crédito do banco.

Segundo Oliveira, os desembolsos para empréstimos já aprovados somaram cerca de R$ 33 bilhões de janeiro a julho, sendo que as consultas por pedidos de crédito e os enquadramentos de pedidos para análise subiram 4% e 18%, respectivamente.

Com isso, o BNDES mantém a expectativa de liberar de R$ 70 bilhões a R$ 80 bilhões neste ano. Ano passado, os desembolsos somaram R$ 70,751 bilhões.

Ainda sobre o dólar, Oliveira não crê que a alta recente na cotação da moeda americana vá aumentar a demanda de investidores em infraestrutura por mecanismos de proteção contra o risco cambial. Segundo o presidente do BNDES, as medidas serão adotadas, mas, pelas condições atuais, é mais vantajoso para os investidores captarem no mercado local do que no Exterior.
Das Agências

Prévia da Inflação chega ao menor patamar para o mês desde 2012

Depois de oito meses consecutivos de alta, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) da Região Metropolitana de Fortaleza, considerada a prévia da inflação, teve leve recuo de 0,25% em agosto. O resultado é 0,58 ponto percentual abaixo da taxa registrada em julho e o melhor desempenho para o mês desde o início da série histórica, em 2012. Os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que esta é a segunda menor taxa do País.

Perde apenas para a de Curitiba, que registrou queda de 0,26%. Dentre as onze regiões metropolitanas pesquisadas, a maior taxa está em São Paulo, com alta de 0,44%. O Brasil registrou uma média de 0,13% em agosto.

Dentre os itens que mais contribuíram para este cenário está a queda nos preços do grupo de alimentos, que teve recuo de 0,32%. Destaque para: tubérculos, raízes e legumes que ficaram 28,4% mais baratos; frutas (-9,77%); e pescado (-1,28%). Por outro lado, ficaram mais caras as hortaliças e verduras (4,42%); leite e derivados (2,26%) e carnes e peixes industrializados (1,4%).

O combustível, que neste ano foi o vilão da inflação, registrou queda de 4,08% em agosto, fazendo com que o grupo de transportes também tivesse variação negativa de 1,45%. Também apresentaram recuo os grupos de vestuário (-0,48%), despesas pessoais (-0,26%); comunicação (-0,15%) e habitação (-0,1%).

Na outra ponta, seguem pressionando o IPCA 15 itens de saúde e cuidados pessoais (1,08%), educação (0,63%) e artigos de residência (0,55%).

Na avaliação do economista do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (Ibef), Gilberto Barbosa, a inflação mais baixa não somente localmente, como nacionalmente, reflete o ritmo da economia. "Ainda está muito fraca em meio a crise, que é a mais longa da história. A tendência é permanecer neste patamar nos próximos meses a não ser que ocorra mais choques externos, como o dólar muito alto, que se permanecer assim deve influenciar os preços".

Apesar de deflação em agosto, o acumulado do ano na RMF, no entanto, ainda é de alta de 2,39%. No comparativo dos últimos doze meses a variação do IPCA -15 é de 2,90%. No Brasil, a variação acumulada do ano é de 3,14% e em relação a agosto de 2017 o índice é de 4,30%.

Bolsonaro diz que vai participar dos três debates já programados

O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, confirmou ontem, em Araçatuba, que não deve participar de novas sabatinas e debates. Ele só irá aos três debates que já estão programados na televisão TV Gazeta/ Estadão, SBT/Folha e Rede Globo.

Bolsonaro alega que os preparativos para as sabatinas tomam um tempo que ele prefere dedicar à campanha nas ruas. "Tem três debates na televisão que eu posso ir. Se eu for a todos que me convidam, eu não faço campanha e faltam só 40 dias".

O candidato mencionou a visita que fazia ontem ao coreto da Praça Rui Barbosa, no centro da cidade de Araçatuba (SP). Ele apontou o público de apoiadores que se comprimia à sua frente: "Outros políticos têm mais tempo porque não vêm aqui, e não vêm porque não têm essa recepção".

O advogado de Bolsonaro, Gustavo Bebianno, afirmou ao UOL na última quarta-feira, 22, que o candidato não iria participar de nenhum outro debate durante esta campanha e reafirmou que, caso isso acontecesse, seria uma "exceção".

Enquanto cumpria agenda em Araçatuba, Bolsonaro foi flagrado por repórteres do Estadão 'ensinando' uma criança a atirar. O menino estava em seu colo vestido com a farda da Polícia Militar. "Você sabe atirar? Você sabe dar tiro? Atira. Policial tem que atirar", disse Bolsonaro.

Em seguida, orientou a fazer um sinal com a mão como se imitasse uma arma. No discurso, ele defendeu a revisão do estatuto do desarmamento.
Questionado, Bolsonaro disse não ver problema no gesto. "Qual é o problema? O armamento é inerente ao ser humano e à sua defesa. Isso está na Bíblia. A própria Marina Silva este ano deu entrevista à revista Marie Claire dizendo que só não sofreu violência quando era jovem porque tinha uma arma espingarda consigo".

Bolsonaro afirmou ainda que não se pode "criar uma geração de covardes". "A arma é inerente à sua vida e à liberdade do País. Meus filhos todos atiraram com cinco anos de idade. (Uma arma) Real, não é de ficção nem de espoleta não", disse.

No dia 20 de julho, quando cumpria agenda de campanha em Goiânia, Bolsonaro foi fotografado ensinando uma menina a fazer o gesto de "pistola" com a mão. A atitude, que se repetiu em outras duas ocasiões, em São Paulo, foi criticada por adversários.