A decisão de abertura de Processos Administrativos Disciplinares (PAD) contra desembargadores acusados de venda de decisões judiciais foi aprovado nesta quinta-feira, 2, pelo Pleno do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). O parecer visa apurar práticas éticas e supostas infrações do desembargador aposentado Francisco Pedrosa Teixeira e da desembargadora Sérgia Maria Mendonça Miranda. Defesas dos juristas citados na denúncia negam crime.
Ambos são acusados de envolvimento em esquema de venda de decisões judiciais no Ceará, deflagrado pela Operação "Expresso 150", em 28 de setembro de 2016. Na ocasião, gabinetes de Francisco Pedrosa e Sérgia Miranda no TJCE foram alvos de batidas de busca e apreensão.
Nos desdobramentos desta quinta, foi aprovado o afastamento de Sérgia Maria de suas funções, até a conclusão do processo. A sessão foi conduzida pelo presidente da Corte, desembargador Gladyson Pontes, que apresentou relatórios das investigações que tramitam originariamente no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Ao votar, o presidente entendeu haver suficientemente reunido elementos indicativos de possíveis desvios funcionais e éticos, os quais "devem ser objeto do competente aprofundamento investigatório na sede própria".
No STJ, o inquérito está sob a relatoria do ministro Herman Benjamin e resguardado por segredo de justiça.
Em entrevista ao O POVO em 2016, Sérgia Miranda havia negado o envolvimento com a venda de liminares nos plantões. “Nunca recebi proposta (de pagamento) para nada do que eu fiz na minha vida como desembargadora nem como juíza. Sou uma pessoa honesta”, afirmou a magistrada à época.
A defesa de Francisco Pedrosa, em 2017, havia afirmado ao O POVO que o cliente negava as acusações.
Expresso 150
A Expresso 150 nasceu de uma investigação anterior dos federais, aberta dois anos antes, sobre a atuação de traficantes de drogas no Ceará. Nas interceptações telefônicas junto aos criminosos, foi descoberto que desembargadores e advogados negociavam o valor de liminares, concedidas nos plantões judiciários, para libertar os traficantes.
Comparando com as últimas eleições, o Ceará contará com 19.706 novos eleitores em outubro. O crescimento é inferior ao registrado entre as eleições de 2014 e 2016, em que o aumento significou 53.223 novos eleitores nas urnas. Os números foram divulgados ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral com base no cadastro eleitoral atualizado.
O órgão também divulgou o perfil de quem deverá ir às urnas nas próximas eleições. No Ceará, a maioria do eleitorado é composto por mulheres e adultos com idade entre 30 e 34 anos.
De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), dois fatores indicam a redução do crescimento de novos eleitores no Estado. O primeiro é o fato de as eleições municipais, caso de 2016, terem apelo maior junto ao eleitorado, por conta da proximidade dos candidatos. O segundo é que houve significativo número de inscrições eleitorais canceladas por falta de cadastro biométrico.
Ao todo, o Ceará tem 6,3 milhões de pessoas aptas a participar do próximo processo eleitoral que definirá governador, senadores, deputados estaduais e federais, além do presidente da República.
As mulheres compõem 53% (3,3 milhões) do eleitorado cearense, enquanto os homens ficam com 47% (2,9 milhões). A faixa etária com a maior quantidade de eleitores reúne cidadãos entre 30 e 34, que somam 718 mil pessoas (11,3%). Em seguida, vêm eleitores com idade entre 25 e 29 anos, com 710 mil pessoas (11,2%).
A coordenadora do cadastro eleitoral do TRE-CE, Lorena Belo, afirma que esses dados são usados pelo órgão para acompanhar o perfil dos eleitores e direcionar campanhas. "Com esses dados a Justiça conhece as diversas classes que compõem o eleitorado e avaliza atividades, programas e campanhas direcionadas ao público específico", explica.
As informações, porém, também são aproveitadas pelas coligações para direcionar estratégias de campanha. Para o cientista político Josênio Parente, a definição das faixas etárias é importante para a tentativa de fidelizar eleitores. "A gente observa que existem novos candidatos tentando penetrar no jogo eleitoral. Eles podem apostar nesses públicos para tentar algum tipo de sedução e fidelizar esses eleitores", afirma.
Os dados do TSE também apresentam o balanço do cadastramento biométrico no Estado. Ao todo, 4,9 milhões de cearenses votarão com o novo sistema. O Ceará tem 129 municípios onde o cadastramento biométrico é obrigatório.
NÚMEROS
23,1%
dos eleitores têm o Ensino Fundamental incompleto. É o grau de instrução com maior quantidade de eleitores no Estado
O maior equipamento esportivo do Ceará volta a pertencer ao Governo do Estado dentro de 116 dias. O contrato de concessão administrativa da Arena Castelão termina oficialmente no dia 26 de novembro deste ano, cumprindo os 96 meses previstos no documento assinado em 2010 que criou uma sociedade para reformar e operar o estádio.
Apesar de já ter manifestado interesse ao Governo do Estado em permanecer como concessionária, a Luarenas - joint venture (empreendimento conjunto) da empresa francesa Lagardère com a brasileira BWA - vai ter de concorrer ao edital que a Secretaria do Esporte do Estado (Sesporte) pretende lançar em cerca de 60 dias. O documento ainda será discutido e elaborado, mas já se sabe que a concessão terá um modelo diferente.
"Não há possibilidade de renovação deste contrato. Ele foi atípico, feito na época da Copa do Mundo e envolvia duas partes. Uma era a construção do equipamento e a outra a operação dele por cinco anos. Quem construiu deveria ter operado, mas quando terminou a Copa, a Galvão vendeu a parte de operação para a Luarenas", afirma e recorda o atual secretário do Esporte, Euler Barbosa. Ao O POVO, ele revelou que a nova Parceria Público-Privada (PPP) deve valer para os próximos 20 anos de gestão, tempo considerado necessário para o retorno do investimento.
De acordo com o secretário, a nova concessão terá ainda de exigir do Estado o mínimo possível de participação financeira. O equipamento despende hoje cerca de R$ 800 mil por mês, com o poder público responsável por arcar com metade deste valor.
A sustentabilidade do Castelão, inclusive, é um ponto-chave da próxima concessão a ser celebrada. "A nova operadora do contrato terá metas definidas a serem cumpridas, inclusive de eventos, para que pague as contas e se pague", diz Euler Barbosa. Apesar do termo "nova" ter sido empregado, nada impede que a própria Luarenas concorra e vença o edital, mantendo-se como concessionária. O secretário fez até elogios à atual gestão.
O POVO procurou a assessoria de imprensa do Castelão para saber se o equipamento hoje é lucrativo, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.
Caso a previsão do secretário do Esporte se prove acertada e o edital for lançado em 60 dias, a concorrência abrirá apenas em outubro, mês em que acontecem as eleições para governantes nacionais e estaduais. A concorrência de datas pode causar lentidão no processo e há um risco de que no dia 26 de novembro a licitação não esteja totalmente pronta e, consequentemente, a nova empresa ainda não tenha sido escolhida. Prevendo isso, o Governo do Estado está pronto para assumir o equipamento provisoriamente.
"Estamos nos preparando para fazer o processo da forma correta e é possível que durante alguns meses, dois ou três, aconteça uma gestão direta do Estado sobre o Castelão como forma de garantir que não haja nenhuma paralisação", admite Euler Barbosa.
O equipamento, no entanto, não será entregue da noite para o dia ao Estado. Desde o mês passado o estádio passa por um processo de devolução ao poder público. A retirada das chapas de metal que escondem o fundo da arquibancada, chamadas de carenagem, por exemplo, já é um exemplo da ação do Governo na praça esportiva. A ação visa remover ferrugem das chapas. "A gente já entrou e tá cuidando para que o equipamento tenha condições de ser concedido na PPP", afirma o secretário.
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A três dias do fim do prazo das convenções partidárias, o PT fechou acordo com o PSB ontem e isolou ainda mais o presidenciável Ciro Gomes (PDT) na corrida ao Palácio do Planalto.
Aprovado por 17 votos a 8 em encontro do PT em Brasília, o acerto estabelece apoio mútuo das duas siglas em alguns estados, entre eles Pernambuco e Minas Gerais, e a garantia de que os pessebistas vão se manter neutros nas eleições presidenciais.
Depois de perder o apoio do "centrão" (DEM, PR, PP, SD e PRB), que decidiu se coligar ao candidato tucano Geraldo Alckmin, Ciro vinha negociando com dirigentes do PSB, considerado vital para os planos do cearense.
Sozinho, o ex-ministro tem pouco mais de 30 segundos na propaganda política eleitoral na rádio e TV. O movimento do PT, contudo, jogou um balde de água fria nessas articulações, impondo o maior revés à campanha do pedetista até agora.
Para atrair o PSB e neutralizar a sigla, afastando-a das investidas de Ciro, a cúpula petista apostou alto. Pela resolução aprovada na reunião da executiva nacional, a legenda também se comprometeu em retirar a candidatura da vereadora petista Marília Arraes ao Governo de Pernambuco e em formalizar apoio ao PSB em outras três disputas estaduais: no Amazonas, no Amapá e na Paraíba.
Em troca, o PSB recuou na postulação do ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda, que estava na briga pelo Governo de Minas Gerais contra o atual chefe do Executivo mineiro Fernando Pimentel (PT), que concorre à reeleição.
Pelas redes sociais, Lacerda disse que havia recebido a notícia da retirada de sua candidatura com "indignação, perplexidade, revolta e desprezo". Para compensá-lo, o PSB ainda chegou a oferecer a vaga de candidato ao Senado na chapa de Pimentel, mas ele a recusou.
Em coletiva transmitida pelo Facebook, Marília Arraes afirmou ontem que "respeitava a decisão da Executiva Nacional" petista, mas que "não concorda e vai recorrer". Ainda nessa quarta, um recurso foi apresentado pela pré-candidata ao partido, que deve apreciá-lo amanhã. Hoje, a executiva do PT em Pernambuco tem encontro para oficializar ou rejeitar a candidatura própria.
Em entrevista ao O POVO, o deputado federal pelo Ceará José Guimarães (PT) disse que a tratativa selada entre PT e PSB "foi a construção possível" no esforço de reaglutinar o "campo progressista" em torno da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência.
"A esquerda precisa se reunificar", respondeu o parlamentar. "Não vai dar para unificar tudo agora, mas unifica uma parcela. Esse gesto que fizemos sinaliza para esse caminho."
De acordo com Guimarães, o partido espera agora que o PCdoB também faça parte da composição. "Temos até o dia 15 para isso (negociar com os comunistas). O diálogo continua."
Deputado federal por Minas e um dos defensores da aliança com Ciro, Júlio Delgado (PSB) admitiu ao O POVO ontem que, feito o acerto com o PT, o "partido vai caminhar naturalmente para a neutralidade" nas eleições e liberar os diretórios estaduais.
À reportagem, a deputada estadual em Pernambuco Teresa Leitão (PT) lamentou a costura que resultou no acordo entre as duas agremiações. "Essa decisão é muito prejudicial ao fortalecimento do PT e não traz nada para a candidatura de Lula. Ao contrário, atrapalha", criticou.
A Promotoria de Justiça da Comarca de Pedra Branca recomendou ao prefeito do Município, Antonio Gois (PRP), a exoneração de dez servidores comissionados, com parentesco com o prefeito, com o presidente da Câmara Municipal e outros vereados, que atuam em diversas áreas na gestão pública. A informação é do site do MPCE.
O chefe do Executivo municipal recebeu prazo de dez dias para exonerar: Moises Pereira Mendes, Vinícius do Lago Maia, Maria do Carmo Mendes, Ana Maria Mendes Bastos, Antonia Irleide Cavalcante Paulino, Soraya Maria Alvino de Sá, Arlyson Dhiego Pamplona de Matos, Cícera Alexandre Alves, Vaneide Barbosa Magalhães e Nayara Magalhães da Rocha.
Gois deverá informar à Promotoria de Justiça de Pedra Branca, nos mesmos dez dias, se a recomendação foi ou não aceita e como irá cumpri-la. Segundo o órgão, o não cumprimento poderá acarretar em medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis, a exemplo da Ação Civil Pública por improbidade administrativa.
Foi pedido também que a Prefeitura não contrate mais qualquer pessoa parente - até terceiro grau -, cônjuge ou companheiro. A recomendação da promotoria deverá ser publicada no Diário Oficial do Município e no site da Prefeitura por pelo menos 15 dias.
A reportagem entrou em contato com o gabinete do prefeito por volta de 15h20min desta quarta-feira. A secretaria do setor disse que ele não estava na Prefeitura. Alegou também que não tem autorização para repassar o número do celular.
Toda arma de fogo fabricada legalmente possui um número de série que permite rastrear a origem do equipamento, mediante consulta aos bancos de cadastro. No Brasil, os arquivos são controlados pela Polícia Federal (PF), através do Sistema Nacional de Armas (Sinarm), e pelo Exército, que detém o Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma). A esse último, contudo, nem a PF nem as secretarias de segurança dos estados têm acesso.
A situação contraria a legislação e inviabiliza uma análise mais detalhada das armas apreendidas no País, mesmo sendo a apreensão uma das poucas e ineficientes formas de se combater o tráfico de munições e armamentos no Brasil. Tráfico que, pelo menos no Ceará, é alimentado de maneira mais interna do que se imagina.
Foi o que revelou o estudo realizado pelo Instituto Sou da Paz, que elaborou o relatório "De onde vêm as armas do crime apreendidas no Nordeste?".
A entidade teve acesso a um levantamento da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), que mostrou ser de nacionalidade brasileira 80,8% das 7.752 armas com registro apreendidas no Estado, entre janeiro de 2016 e junho de 2017.
Diferentemente do que se imaginava, a grande maioria das armas que circulam no Estado é fabricada e registrada em território nacional.
Destas armas, 1.984 (25%) estavam cadastradas no Sinarm.
Entretanto, outras 5.768 (75%) não tinham numeração ou não estavam no banco de dados da PF, conforme a SSPDS. Para os pesquisadores, é provável que pelo menos parte delas estejam cadastradas no banco de dados do Exército.
"Esse é um grande problema. Algumas secretarias pedem acesso ao Sinarm e a PF concede. Já ao Sigma, não. O Exército não compartilha esse banco de dados, mesmo a lei prevendo a unificação entre o Sinarm e o Sigma desde 2005. Até hoje, isso não foi cumprido", alerta a coordenadora de projetos do Sou da Paz, Natalia Pollachi.
Além de prever a integração dos arquivos, o decreto nº 5.123, de 1º de julho de 2004, estabelece que o Sinarm deve concentrar registros de armas institucionais da própria PF, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), das polícias civis, dos órgãos policiais do Congresso Nacional, dos agentes e guardas prisionais, integrantes das escoltas de presos e guardas portuárias, das guardas municipais, empresas de segurança privada, transporte de valores e civis que buscam defesa pessoal.
Já o Sigma concentra as armas institucionais das Forças Armadas; das polícias militares; corpos de bombeiros; da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; além das armas de representações diplomáticas, colecionadores, atiradores e caçadores. Também é atribuição do Exército o controle geral do mercado de armas, incluindo a fabricação e o comércio, nacional e internacional.
"Como é que a PF continua concedendo o registro de armas para civis e empresa de segurança privada, sem saber se as armas estão sendo apreendidas? E como é que o Exército continua concedendo autorização de exportação, sem saber se essas armas vendidas para determinado País estão voltando ilegalmente, como contrabando ou não? Se essa informação não é compartilhada, não existe uma gestão baseada em inteligência. Só se analisa caso a caso", justifica Pollachi.
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O QUE DIZ A LEI
Decreto nº 5.123, de 1º de julho de 2004
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INTEGRAÇÃO
A legislação que regulamenta a Lei no 10.826 determina, no artigo 9º, que os dados do Sinarm e do Sigma serão interligados e com-partilhados no prazo máximo de um ano. O prazo se esgotou em 1º de julho de 2015 .
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SAIBA MAIS
o Instituto Sou da paz é uma organização da sociedade Civil de Interesse Público (oscip), com quase 20 anos de atuação, que tem como missão a formulação e implementação de políticas de segurança pública preventivas, de policiamento e de responsabilização eficientes, pautadas pela defesa dos diretos fundamentais do cidadão brasileiro.
A entidade informou que os dados de 2015 foram solicitados à ssPds, com base na lei de acesso à Informação. Já as informações referentes ao intervalo entre janeiro de 2016 e junho de 2017 foram compartilhadas com o sou da Paz pelo Fórum Brasileiro de segurança Pública (FBsP), tendo o uso sido autorizado pela ssPds.
No brasil, somente as fábricas da Taurus, que fica no Rio Grande do sul, e a Imbel, em Minas gerais, produzem armas.
SERVIÇO
As orientações do Exército e PF para o registro, aquisição e entrega
de armas de fogo:
As armas e munições podem ser adquiridas no comércio, lojas especializadas ou na indústria, empresas que as fabricam. Cabe ao Exército Brasileiro o controle da atividade de colecionamento, tiro esportivo e caça. São requisitos básicos para a aquisição de armas e munições com essa finalidade: possuir o Certificado de Registro perante o Exército Brasileiro, ter 25 anos ou mais e estar filiado a uma entidade de tiro.
Já a PF é responsável pelo controle de arma para defesa pessoal.
Nesse caso, os critérios são: efetiva necessidade para portar arma, idade mínima de 25 anos, original ou cópia autenticada do documento de identidade, não estar respondendo a inquérito policial e a processos criminais, apresentar documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa, capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo e aptidão psicológica atestada por laudo conclusivo.
A entrega voluntária está prevista no Estatuto do Desarmamento, a Lei 10.826, de 22 de dezembro de 2003. O artigo 32º estabelece que "os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida arma".
Em caso de dúvidas sobre a aquisição dos registros, ou sobre os locais onde é possível comprar armas, acesse o site da Polícia Federal: http://www.pf.gov.br/ servicos-pf/armas
Não é apenas a proximidade entre o governador Camilo Santana (PT) e o senador Eunício Oliveira (MDB) que tem causado estranheza.
Em outros estados do Nordeste, o partido do ex-presidente Lula vem firmando alianças com legendas que ajudaram a apear Dilma Rousseff (PT) da cadeira de presidente da República.
Se no Ceará a sigla rifou a candidatura própria ao Senado para liberar o caminho para Eunício, noutros três estados as relações do PT com siglas chamadas pelo próprio partido de "golpistas" têm colocado em xeque a retórica da legenda.
Em Alagoas, o PT oficializou, no último domingo, apoio à reeleição de Renan Filho ao Governo do Estado e à recondução de Renan Calheiros ao Senado - ambos integram o MDB do presidente Michel Temer e Romero Jucá.
No Maranhão, o clã Sarney, que enfrenta o governador Flávio Dino (PCdoB), vem defendendo Lula como forma de se cacifar no pleito.
O caso mais rumoroso, no entanto, é o do Piauí, onde o PT fará convenção nesta sexta, 3. Quando o atual governador e candidato à reeleição Wellington Dias (PT) oficializar o bloco de partidos aliados, terá a seu lado lideranças de PP, MDB, PDT, PTB, PR e PSB. Dessas agremiações, três fecharam nacionalmente com o pré-candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) há duas semanas.
Além disso, o PT também abriu mão de lançar nome próprio do Estado ao Senado para apoiar a reeleição do senador Ciro Nogueira (PP) e a candidatura de Marcelo Castro.
Em entrevista ao O POVO, o presidente do PT no Piauí, deputado federal Assis Carvalho, defendeu as alianças da sigla. "O modelo político do Brasil é complexo. Não tem verticalidade no processo. Alianças estaduais e nacionais são diferentes. É claro que o projeto de futuro sonha com alianças programáticas, mas temos de fazer essas diferenciações".
Questionado sobre o apoio do partido a Ciro Nogueira, do PP, uma das principais legendas do "centrão" (DEM, PR, PRP e SD), Carvalho justificou. "O Ciro fez um vídeo declarando voto no Lula. Nacionalmente, ele é aliado do Alckmin, mas aqui ele é Lula." Henrique Araújo
Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se posicionou contra recurso apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para suspender a sua prisão no caso do triplex do Guarujá.
"Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito para o mais alto cargo do Executivo Federal com um ferrenho discurso anticorrupção, alardeando sua honestidade e prometendo combate aos dilapidadores dos cofres públicos. Elegeu-se em virtude de sua retórica de probidade e retidão. Tais fatos elevam sobremaneira o grau de censurabilidade da conduta do recorrente e devem ser punidos à altura", escreveu Raquel Dodge.
Para ela, Lula "não apenas orquestrou todo o esquema de arrecadação de propinas oriundas da Petrobras por diversos partidos, como também atuou para que seus efeitos se perpetuassem".
Raquel sustenta que os desvios praticados não devem ser punidos do mesmo modo que infrações cometidas por "qualquer outro agente público". "A responsabilidade e o poder associados à figura do presidente da República não apenas sugerem, mas impõem que eventuais crimes de corrupção por ele praticados sejam punidos com um rigor acima da média", argumenta.
Para Dodge, o recurso de Lula é inadmissível e está fundamentado em argumentos que não apresentam plausibilidade jurídica.
Na véspera do recesso do Judiciário, o ministro Edson Fachin, do STF, deu prazo de até cinco dias para a defesa de Lula esclarecer se quer ou não que a Corte discuta neste momento a questão de inelegibilidade, dentro da petição que trata do pedido de liberdade do petista. Os prazos processuais voltam a contar a partir de hoje com a retomada dos trabalhos do STF.
Em tese, ao analisar a suspensão dos efeitos da condenação do petista, o plenário do Supremo poderia se debruçar não apenas sobre a sua liberdade, mas também sobre suas condições de disputar a Presidência da República.
Procuradas, a defesa do ex-presidente Lula e a assessoria do Partido dos Trabalhadores não retornaram contato.
GLEISI HOFFMANN afirmou que PT não decidiu apoiar Eunício nem o apoiará Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, afirmou ontem que o partido não vai apoiar o senador Eunício Oliveira (MDB) no Ceará. A dirigente também falou que o diretório nacional da sigla vai analisar recurso, na próxima sexta-feira, questionando a determinação de não lançar candidato ao Senado no Estado.
No último sábado, durante encontro de tática eleitoral, o PT decidiu, por 200 votos a 70, abrir mão da segunda vaga ao Senado na chapa do governador Camilo Santana (PT). O único nome governista na briga deve ser o do ex-governador Cid Gomes (PDT).
Uma ala do PT criticou o resultado do encontro por favorecer Eunício, que concorre à reeleição. Presidente do Congresso, o emedebista tem se reaproximado de Camilo.
Desde o fim de 2017, o governador vem dando mostras de que pretende costurar aliança com o ex-adversário mesmo com o veto expresso de seus padrinhos políticos Cid e Ciro Gomes.
Ao O POVO, Gleisi foi categórica: "O PT não apoia o Eunício". Um dia antes, nas redes sociais, ela já tinha negado que Lula houvesse manifestado aprovação ao senador do MDB. "Lula não enviou nenhuma carta de apoio à candidatura de Eunício de Oliveira ao Senado da República pelo Ceará", escreveu no Twitter. "Nem tão pouco o PT decidiu apoiá-lo, nem o apoiará."
Por meio de assessoria, a parlamentar acrescentou que a direção nacional do partido vai discutir se mantém as teses aprovadas no encontro de tática da executiva cearense ou se revoga tópicos aprovados. Caso desfaça o resultado, o PT no Estado pode lançar um nome ao Senado.
Presidente do PT no Ceará, Moisés Braz minimizou a polêmica. "Não acho que o PT possa voltar atrás. Não acredito que o PT nacional vai revogar nossa decisão. A direção vai respeitar nossa posição", respondeu.
Questionado se, ao abrir mão da segunda vaga, o PT local atendia a pedido de Camilo para beneficiar Eunício, o deputado negou: "O partido não vai lançar candidato (ao Senado) porque não fizemos essa discussão. O PT não foi pressionado por ninguém pra tomar essa posição, nem pelo governador nem por ninguém".
Sobre a abertura que a decisão criava para o senador emedebista, deixando livre um lugar na chapa, o deputado respondeu que "o PT no Ceará não vai fazer qualquer indicação a seus militantes para votar em Eunício, mas também não vamos proibir".
Em convenção no próximo domingo, o PT oficializa a candidatura de Camilo. No mesmo dia, a sigla também deve sacramentar o nome de Lula na corrida ao Palácio do Planalto.
A equipe da Polícia Civil de Morada Nova, cidade distante a 167 quilômetros de Fortaleza, foi atacada por um grupo que portava armas de alta poder de fogo na CE-138, nesta terça-feira, 31.
Os policiais civis seguiam na estrada, quando passaram pelos homens armados, que estavam em um veículo de passeio e caminhão baú. Os criminosos efetuaram disparos contra os agentes de segurança e abandonaram o caminhão.
Em seguida, o grupo tomou um automóvel de assalto. Outra parte da quadrilha fugiu em outro carro. Não houve registro de feridos. As informações são da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
No local da ocorrência foram encontradas munições de calibre .50, que é utilizado em fuzis e metralhadoras. O caminhão baú foi apreendido.
Conforme a SSPDS, além da Polícia Civil, o Comando Tático Rural (Cotar) e o Batalhão de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio) participaram da ação.