segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

ARTICULAÇÃO

Presidente recebe base aliada hoje

01.12.2014

Encontro com líderes de partidos que apoiam Dilma ocorre em semana decisiva de votação no Congresso

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Pela primeira vez, após conquistar a reeleição em outubro, a presidente Dilma se reúne com líderes de partidos aliados do Senado e Câmara Federal
FOTO: REUTERS
São Paulo. A presidente Dilma Rousseff vai ter uma reunião com líderes da base aliada da Câmara e do Senado hoje. O encontro acontece numa semana decisiva para o Palácio do Planalto: o Congresso pode votar a proposta que permite ao Executivo descumprir a meta de economia para pagamento de juros da dívida pública em 2014, o chamado superávit primário.
A manobra fiscal está agendada para ser debatida amanhã, após ser adiada por duas vezes na semana passada. A própria base aliada contribuiu para a demora. PMDB, PR, PP e Pros estão entre os que colaboraram para o atraso, esvaziando a sessão sobre o tema.
Um dos motivos para alongar a discussão é a composição, ainda em andamento, dos ministérios do segundo mandato de Dilma. Na semana passada, foram anunciados três nomes da área econômica (ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, além da permanência de Alexandre Tombini no Banco Central). Outras mudanças na área são previstas, como para as pastas de Agricultura e Minas e Energia.
Na prática, o projeto da meta fiscal autoriza o Executivo a economizar menos para pagar os juros da dívida pública, o chamado superávit primário. A matéria é considerada prioritária para o governo, mas enfrenta resistência da oposição.
O governo enviou o projeto ao Congresso sob a alegação de ajustar as metas fiscais diante do fraco resultado das contas públicas até setembro deste ano, efeito do aumento das despesas em um ano eleitoral e do comportamento modesto da arrecadação por conta do baixo ritmo de crescimento da economia e das desonerações de tributos.
Na última quarta, a sessão para votar o projeto que altera a meta fiscal do governo para 2014 foi adiada pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), por falta de quórum. Renan chegou a abrir a sessão, mas encerrou os trabalhos logo em seguida. Houve tumulto entre oposição e governistas no plenário.
Encontro
Este será o primeiro encontro da presidente com líderes de outras legendas depois d a eleição presidencial, em outubro. Dilma já participou, porém, de encontros com parlamentares do PT. No início de novembro, recebeu deputados, senadores, governadores e ministros do partido para um jantar.
"Acredito que este encontro servirá, sim, para aproximar a presidente da base, dos partidos aliados, dos líderes. Nós esperamos que isso seja uma praxe daqui para frente, esses encontros. E acredito também que servirá para uma conversa específica sobre a questão do projeto da meta fiscal", disse o senador Humberto Costa (PT-PE).
Diplomação
A presidente Dilma e o vice Michel Temer serão diplomados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 18 de dezembro, às 19 horas. A sessão solene acontece dias antes da posse no Palácio do Planalto, agendada para o primeiro dia de janeiro.
Em dezembro de 2010, Dilma prometeu, no discurso de diplomação "honrar as mulheres" e manter a estabilidade econômica: "Cuidarei da estabilidade econômica e do investimento, tão necessários ao crescimento e ao emprego. Defenderei sempre a liberdade de manifestação de imprensa e de culto".
Naquele ano, o então presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, não participou da diplomação, mas acompanhou a presidente em coquetel no Itamaraty, após a solenidade.
DIVERGÊNCIAS ENTRE OS PARTIDOS

O difícil consenso da reforma política

01.12.2014

Enquanto a presidente Dilma sinalizar querer avançar na reforma, os partidos apresentam resistência às mudanças

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Deputado Chico Lopes (PCdoB) afirma ser contra a cláusula de barreira que limita recursos e outros direitos a siglas com menor representação
FOTO: AGÊNCIA CÂMARA
Tema afiado no discurso dos parlamentares, a votação da reforma política enfrenta dificuldades para avançar no Congresso Nacional por conta de divergências e falta de disposição dos partidos. Segundo levantamento do Diário do Nordeste, 999 proposições sobre o tema já chegaram à Câmara Federal nos últimos 20 anos, das quais 452 estão tramitando. Deputados federais do Ceará admitem que a pauta pouco evoluiu nos últimos anos e apresentam reservas sobre a participação popular no processo.
Durante visita a Fortaleza, no encontro nacional do PT, na última sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff voltou a fazer referência ao tema e declarou que a reforma política só saíra com participação popular. Ela ainda tentou arrefecer os ânimos do Congresso, explicando que isso não reduz o papel do parlamento. Dilma reforçou a defesa pelo fim do financiamento empresarial às campanhas eleitorais e a paridade na representação parlamentar, com 50% das vagas reservadas às mulheres.
Todos os deputados federais cearenses ouvidos pelo Diário do Nordeste afirmam que a prerrogativa de votar a reforma política é do Congresso Nacional. Porém, a maioria concorda que a população pode responder a um referendo para legitimar ou não a proposta aprovada na Câmara Federal e Senado. Financiamento de campanha, voto em lista, cláusula para limitar o número de partidos e fim da reeleição seguem como os temas mais polêmicos entre os parlamentares.
Doações às campanhas
O deputado federal André Figueiredo, presidente do PDT do Ceará, diz que seu partido defende que as empresas não possam mais fazer doações às campanhas eleitorais, sendo permitidos apenas o financiamento público e os repasses de pessoas físicas com valor limitado. Esse é um dos pontos que constam no projeto de reforma política apoiado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que, com outras instituições, busca assinaturas para apresentar um projeto de iniciativa popular, como ocorreu com a Ficha Limpa.
"Poderíamos partir da proposta encaminhada pela OAB para que nos aprofundássemos em cima dela. Está bem próxima do que seria um modelo interessante", opina André Figueiredo, apontando o referendo como a opção para a população dizer sim ou não à matéria aprovada no Congresso Nacional.
O pedetista apoia o mandato de cinco anos para o Executivo, fim da reeleição, pleitos municipais e gerais em um único ano e cláusula de barreira que reduz o Fundo Partidário e o espaço de partidos com votação pouco expressiva no Congresso. "Seria necessário discutir os três poderes, inclusive o judiciário. Critérios de escolha de juízes, ministros, desembargadores. Precisaríamos de uma reforma política bem mais ampla", destaca.
André Figueiredo aponta que foi criado um grupo suprapartidário na Câmara Federal, em 2011, para discutir a reforma política, mas o colegiado não alcançou avanços significativos. "Essa reforma só vai ser efetivada se houver grande mobilização da população e boa vontade do poder Executivo. Se não sair em 2015, não sai na próxima legislatura", declara.
Cláusula de barreira
25 HORAS/AULA

Habilitação 23,8% mais cara a partir de hoje

01.12.2014

O aumento na carga horária exigido pelo Conselho Nacional de Trânsito, causa o impacto direto no custo

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A resolução do Contran também aumentou de 15 para 20 o número de horas/aulas para quem for adicionar categoria
FOTO: BRUNO GOMES
Quem conseguiu iniciar o processo para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) até sábado, escapou de pagar mais caro para obter o documento. Isso porque, uma nova resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aumentou, a partir de hoje, de 20 para 25 o número de horas/aulas para a primeira habilitação categoria B, deixando-a 23,8% mais cara. No Ceará, de acordo com o Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Veículos do Estado (Sindcfcs), a mudança representa uma alta de R$ 225.
A resolução do Contran também aumentou de 15 para 20 o número de horas/aulas para quem for adicionar categoria. Assim, o cearense que já tiver habilitação para dirigir automóveis e quiser incluir uma para motocicletas, por exemplo, também terá que arcar com um custo adicional de R$ 225, posto que a hora/aula no Estado é de R$ 45. "O impacto no bolso da pessoa será considerável e não é bom para as 350 autoescolas do Ceará", disse o presidente do Sindcfcs, Welligton dos Santos.
Ainda segundo Santos, em valores reais, o custo da CNH para os cearenses passou de R$ 945 para R$ 1.170, por conta da adição de mais tempo. O Departamento Estadual de Trânsito no Ceará (Detran/CE) explica, inclusive, que a principal mudança foi mesmo na carga horária de aulas práticas para obtenção da CNH categoria B.
Carteira Popular
Para as pessoas de baixa renda que pretendem tirar a primeira habilitação, uma opção é o programa Carteira de Motorista Popular, que possibilita o acesso do público de menor poder aquisitivo, gratuitamente, à CNH. Para tanto, o candidato deve obedecer uma série de critérios, dos quais inclui: ser maior de 18 anos, alfabetizado, possuir CPF, não estar judicialmente impedido de tirar a CNH e comprovar domicílio no Ceará. As inscrições podem ser feitas pela internet, no site do Detran: (www.detran.ce.gov.br).
Em mais de quatro anos de vigência do programa Carteira de Motorista Popular, aliás, o Detran-CE emitiu aproximadamente 100 mil documentos no Estado, cerca de 20% das habilitações liberadas. O benefício contempla a CNH apenas na categoria A (motos) e tem como objetivo reduzir o número de condutores não habilitados conduzindo veículos de duas rodas.
EM 10 MESES

Mais de R$ 12 milhões em drogas apreendidas no Ceará até outubro

01.12.2014

Valor dos entorpecentes retidos pelas Polícias estaduais é calculado com base em preços citados por policiais

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Policiais civis e militares, de janeiro a outubro de 2014, apreenderam 1.904,93 quilos de drogas em todo o Estado do Ceará, de acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS)
FOTO: AGÊNCIA DIÁRIO
Em 10 meses, o crime organizado sofreu um prejuízo de R$ 12.665.736. O impacto foi causado por ações das Polícias Civil e Militar no Estado do Ceará. Ao todo, as duas forças estaduais apreenderam, de janeiro a outubro deste ano, quase duas toneladas de drogas, entre maconha, crack e cocaína.
Os dados da quantidade de drogas capturadas no Estado foram fornecidos pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Fontes ligadas à pasta, que pediram para não serem identificadas, forneceram os valores aproximados de cada entorpecente para, de maneira ilustrativa, se ter uma ideia do tamanho do prejuízo causado ao tráfico de drogas no Ceará.
A reportagem apurou que, em média, o quilo da maconha custa R$ 1.200 no Ceará. Já o crack é negociado por R$ 10 mil. A cocaína chega a ser vendida por R$ 21 mil no mercado ilegal.
Segundo os dados da SSPDS, foram apreendidos de janeiro a outubro 462,10 quilos de cocaína, 139,80 quilos de crack e 1.303,03 quilos de maconha em todo o Estado, totalizando 1.904,93 quilos. Desta forma, seriam aproximadamente R$ 9.704.100 em cocaína, R$ 1.398.000 em crack e R$ 1.563.636 em maconha.
Os números apresentados pela Secretaria, contudo, não englobam as apreensões do mês de novembro, visto que os dados ainda não foram fechados. Por isso, a maior apreensão da história da Polícia Civil no Estado, realizada no começo do mês de novembro, não entrou na conta. Naquela ocasião, mais de duas toneladas de maconha foram apreendidas no bairro Dias Macêdo, em Fortaleza.
A maior contribuição na apreensão de cocaína veio da Área Integrada de Segurança (AIS) 10, que engloba cidades como Aracati, Beberibe, Tabuleiro do Norte, São João do Jaguaribe, dentre outras. Naquela AIS, foram apreendidos 207,84 quilos até outubro.
O Interior do Estado somou 249,60 quilos da droga apreendidos. Em toda Fortaleza, por exemplo, foram 140,33 quilos de cocaína capturados. A Região Metropolitana contribuiu com a apreensão de 69,23 quilos do mesmo entorpecente.
Crack e maconha
Já a AIS 12, que é composta por cidades como Sobral, Ubajara, Massapê, dentre outras, teve a maior contribuição nos 10 meses em apreensão de crack. Naquela Área, foram capturados 20,73 quilos da droga. Todo o Interior do Ceará somou 47,52 quilos apreendidos.
Em Fortaleza, 48,88 quilos foram capturados pelas Polícias Civil e Militar de janeiro a outubro. No mesmo período, foram 43,22 quilos da droga tomados pelos agentes estaduais.
Em apreensão de maconha, os maiores números estão na Capital. A AIS 4, comp
FORTALEZA

Torcedores, às urnas

01.12.2014

Fracassos na temporada embalam eleição no Pici, que acontece hoje com sócios e conselheiros tendo poder de voto

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Ex-presidentes Jorge Mota e Sílvio Carlos, e mais o ex-diretor Estevão Romcy estarão na disputa pelo voto dos eleitores para comandar o clube pelos próximos dois anos e tentar tirar o time da desgastada Terceira Divisão Nacional
FOTOS: HELOSA ARAÚJO
Dentro de campo, a temporada de 2014 tinha tudo para dar novos rumos ao Fortaleza, contudo, a tentativa de resgatar a equipe da Série C do Campeonato Brasileiro fracassou e discussão passou a ir além ds quatro linhas. Hoje, pouco mais de um mês após o fatídico empate em 1 a 1 contra o Macaé, em 25 de outubro, tricolores voltam a ser convocados, dessa vez não para apoiar o time, mas sim para escolher quem será o futuro presidente da equipe do Pici.
Em uma eleição que ganhou contornos poucas vezes visto no Estado, sócios e conselheiros terão três alternativas no pleito desta segunda-feira.
A primeira opção é a 'Chapa Fortaleza Vibrante e Forte', encabeçada por Estêvão Romcy. Sua candidatura surgiu a partir da indignação de torcedores que viram o time chegar ao mata-mata da Série C duas vezes e não conseguir o acesso e amargar o sexto ano seguido na terceira divisão nacional. Isso sem falar de quatro anos sem título estadual.
Seu primeiro vice-presidente é André Moreira Araújo e o segundo, Júlio César Hipólito. A chapa de Estêvão Romcy escolheu o número 20.
Conquistas
A segunda alternativa para o Tricolor do Pici é o ex-presidente Jorge Mota, o homem que comandou o clube no acesso à Série A do Brasileiro, afora outros títulos estaduais nos anos 2000.
Seu primeiro vice-presidente é Ênio Mourão e o segundo, Sérgio Pessoa. Sua chapa é a 'Fortaleza de todos' e o número na urna eletrônica é o 10.
A terceira via para um maior desenvolvimento do Fortaleza é a 'Chapa Ney Rebouças', cujo presidente é o ex-presidente Silvio Carlos, que nos anos 1980 e 1990 ganhou vários títulos no clube. Seu primeiro vice é Alexandre Borges e o segundo, Aldemir Moreira.
Conselho Deliberativo
APESAR DA SECA

Bacia leiteira cearense termina ano com superávit

01.12.2014

A produção resulta de Investimentos em tecnologia, sistemas de irrigação e bovinos de alta qualidade genética

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A preocupação é com a redução na compra do produto por laticínios
FOTO: HONÓRIO BARBOSA
Iguatu. O ano termina com aumento na produção de leite em praticamente todas as bacias do Estado. À primeira vista, parece contraditório, pois o sertão cearense enfrenta três anos seguidos de estiagem. A seca, entretanto, favoreceu o setor. Os produtores investiram em tecnologia, implantaram sistemas de irrigação e adquiriram bovinos de alta qualidade genética.
A preocupação é com a redução na compra do produto por laticínios que reafirmam para os criadores que está sobrando leite no mercado regional. Mais uma vez, os pequenos devem ser os primeiros atingidos com a medida. Dessa forma, o ano termina com duas realidades. Uma boa e outra ruim. Houve aumento de produção na bacia leiteira e a perspectiva é de redução na compra do produto.
Os financiamentos bancários, por meio de recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste (FNE), para custeio e investimentos, viabilizaram a aquisição de gado de raça e a implantação de sistemas de irrigação, de pastejo rotacionado e de cultivo de milho, palma forrageira e capim. Os criadores passaram a fazer estoques de alimento para o período de estiagem.
O setor da agricultura familiar foi um dos mais beneficiados. Resultado: aumentou a produção e a produtividade. Com menor quantidade de matrizes, passou-se a produzir mais. "Os três anos seguidos de seca só favoreceram a bacia leiteira", disse o diretor da Unidade de Pecuária de Iguatu, Mairton Palácio. A unidade reúne 27 produtores e fornece 23 mil litros de leite/dia.
Após de três anos de seca, no Ceará, os agricultores finalmente perceberam que é preciso fazer reserva alimentar para o gado. "O aprendizado tem sido mediante dificuldades e prejuízos", observou o sócio-diretor da empresa Leite & Negócios Consultoria, Raimundo Reis: "A formação de silos e o plantio de culturas forrageiras são estratégias fundamentais no Semiárido".
Reis observa que, nos últimos anos, mudanças vêm ocorrendo, mas ainda há muito que avançar. "Muitos criadores estavam acomodados, achando que a chuva que faltou no ano chegaria no período seguinte", frisou. "E esse comportamento precisa mudar". O governo do Estado e outras instituições vêm investindo na divulgação do plantio de palma forrageira como estratégia alimentar para o período de estiagem.
O anúncio de que os laticínios iriam cortar 15 mil litros de leite, por dia, na bacia de Iguatu, a partir deste mês de novembro, foi debatido com o secretário adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Antonio Amorim, em recente reunião realizada no auditório do Sebrae, nesta cidade. De início, o pequeno produtor (o agricultor familiar), seria o mais prejudicado.
"Estamos preocupados e vamos acompanhar essa questão", disse Amorim. O Programa Fome Zero, que adquire leite da agricultura familiar persiste no Ceará, mas enfrenta dificuldades, com a decisão de saída de laticínios, que não concordam com a sistemática do projeto. "Sabemos que é preciso melhorar, aperfeiçoar alguns aspectos, mas a prioridade é adquirir leite da agricultura familiar".
De acordo com Mairton Palácio, os laticínios estão cortando compra de leite dos produtores que moram em áreas mais distantes e isoladas e produzem reduzida quantidade. "Pelo que sabemos o corte é seletivo e atinge aqueles que não têm regularidade no fornecimento", observou.
A Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece) deverá instalar, em parceria com o setor privado, uma indústria de leite em pó no Interior. O projeto foi debatido em recente reunião da Câmara Setorial do Leite. O governo do Estado está elaborando o projeto industrial e deverá definir o local onde será instalado. Três municípios reivindicam a implantação da fábrica: Iguatu, Morada Nova e Quixeramobim. A fábrica vai absorver parte da produção de leite.
A ideia inicial é a formação de uma empresa de economia mista em que a Adece será sócia dos empresários no empreendimento, que absorverá investimento de R$ 20 milhões. A fábrica terá duas fases: na primeira, produzirá 200 mil litros de leite em pó por dia; na segunda, 400 mil. O prefeito de Iguatu, Aderilo Alcântara, disse que a bacia leiteira da região Centro-Sul vem crescendo, mas só dispõe de um laticínio, enquanto outras já contam com mais de três unidades beneficiadoras. "Já anunciamos que a Prefeitura faz doação de terreno e assegura infraestrutura básica", frisou.
AUMENTO DOS GASTOS

Campanha mais cara deixa deputados de fora

01.12.2014

Candidatos tiveram que reforçar gastos para chegar à Assembleia. Mesmo assim, alguns não se elegeram

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Há quatro anos, Mirian Sobreira gastou R$ 177,8 mil na campanha. No pleito de 2014, as despesas foram de R$ 497,9 mil para garantir a vaga
FOTO: ÉRIKA FONSECA
O encarecimento das campanhas eleitorais no pleito deste ano é um dos fatores que chamaram atenção de especialistas. Quando comparadas com as eleições de 2010, as despesas geradas na disputa pela Assembleia Legislativa revelam como a busca pelo cargo no poder Legislativo do Estado também exigiu altos montantes.
A diferença dos gastos declarados pelos 46 deputados estaduais eleitos em 2010 e os escolhidos em 2014 chegou a ser de aproximadamente R$ 3,3 milhões. Há quatro anos, a bancada cearense eleita para ocupar a Assembleia Legislativa gastou cerca de R$ 14 milhões, segundo o relatório divulgado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), enquanto a nova formação registrou um total de R$ 17,3 milhões em despesas de campanha.
O caso mais sintomático do aumento das despesas de campanha foi protagonizado pela deputada estadual Bethrose (PRP). Em 2010, a parlamentar conseguiu ser eleita como a 31ª candidata mais votada e, de acordo com o relatório de custos informado ao TSE, ela pagou apenas R$ 147,5 mil em despesas de campanha. Já na disputa deste ano, a deputada foi reeleita apenas como a 38ª mais votada, apesar de ter gastado aproximadamente R$ 1,2 milhão.
O deputado estadual Téo Menezes (DEM) não conseguiu a reeleição para a Assembleia Legislativa. A comparação das despesas do parlamentar em 2014 com a disputa de 2010 revelou um queda significativa no investimento feito por ele neste ano. Há quatro anos, o então candidato pelo PSDB terminou como o quinto mais votado com quase R$ 400 mil declarados como custo de campanha. Neste ano, porém, os gastos informados não foram superiores a R$ 78,4 mil, culminando apenas no alcance da vaga como suplente.
Sem sucesso
O aumento das despesas de campanha, no entanto, não foi suficiente para alguns parlamentares, com três deputados estaduais da bancada petista que tentaram a reeleição, mas alcançaram sucesso. Somente o Professor Pinheiro, na comparação com os gastos registrados há quatro anos, pagou R$ 152,9 mil a mais, enquanto o custo da deputada Rachel Marques neste ano superou 2010 em R$ 143,8 mil. Já o deputado Dedé Teixeira chegou a gastar mais R$ 112,6 mil.
O insucesso na eleição de 2010 também motivou alguns candidatos a elevarem o investimento na campanha para conseguir um lugar na Assembleia Legislativa. O vereador Walter Cavalcante (PMDB), neste ano, gastou R$ 300 mil a mais na comparação com as despesas de quatro anos atrás, quando concorreu ao cargo de deputado federal ainda pelo PHS e não teve sucesso. Neste ano, ele se elegeu.
Já o deputado estadual Danniel Oliveira (PMDB) pagou R$ 295,4 mil a mais na campanha de 2014 comparado a 2010. Ele garantiu a vaga na Assembleia Legislativa apenas quando o prefeito Roberto Cláudio deixou o parlamento para assumir a Prefeitura de Fortaleza, mas não foi eleito há quatro anos quando gastou R$ 409,9 mil. Neste ano, declarou gastos de R$ 705,3 mil.
Atividades de campanha
Evandro Leitão (PDT) é outro candidato não eleito há quatro anos que gastou mais na campanha eleitoral de 2014 para assegurar a vaga na Assembleia. Em 2010, declarou ter pago em despesas um total de R$ 94,6 mil, mas os custos deste ano com a atividades de campanha saltaram para R$ 291,2 mil.
OPERAÇÃO LAVA-JATO

Costa ficará em silêncio em depoimento à CPI

01.12.2014

Parlamentares vão colocar frente a frente o ex-diretor de abastecimento e Nestor Cerveró

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A defesa de Paulo Roberto Costa afirma que, como pode impedi-lo de participar da sessão, o ex-diretor da estatal permanecerá calado
FOTO: FOLHAPRESS
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Segundo a estatal, novo diretor vai assegurar a conformidade de processos e mitigar riscos nas ações da companhia, dentre eles os de fraude
FOTO: FOLHAPRESS
Brasília. O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa não responderá as perguntas dos parlamentares das CPI mista que investiga a estatal, amanhã.
Um requerimento aprovado pelo colegiado determinou uma acareação entre Costa e Nestor Cerveró, ex-diretor internacional da Petrobras.
Paulo Roberto Costa teria citado o ex-colega em seu depoimento ao Ministério Público Federal. Cerveró nega ter praticado qualquer ilegalidade.
João Mestieri, advogado de Costa, esclarece que não há como impedir a ida de seu cliente ao Congresso, mas adianta que ele permanecerá em silêncio. "Ele não pode falar e, ainda que pudesse, não deve. Ele é chamado lá por quê? Por que é bom para ele? Não. Ele vai fazer o quê?", questionou Mestieri.
Parlamentares favoráveis à convocação tinham a esperança de que o fim da delação premiada de Costa -já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF)- facilitasse o depoimento.
O advogado do ex-diretor, no entanto, lembra que parte das perguntas feitas na comissão, provavelmente, serão referentes à atuação de agentes públicos na estatal.
As informações sobre políticos fornecidas por Costa são sigilosas e estão a cargo do STF, única corte com poderes para julgá-los.
Recusando-se a prestar esclarecimentos, Costa repetirá o roteiro visto na última vez em que ele foi à CPI, no dia 17 de setembro. Já Cerveró, quando compareceu, respondeu os questionamentos dos parlamentares.
A reportagem não conseguiu encontrar o autor da proposta de acareação, deputado Enio Bacci (PDT-RS).
Mestieri contou ainda ter acompanhado o depoimento de seu cliente ao Ministério Público do Rio, na sexta. Os promotores foram à casa de Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar, na Zona Oeste do Rio, para ouvi-lo sobre outros casos.
O Ministério Público do Rio também investiga denúncias de irregularidades na construção e reforma do Cenpes (centro de pesquisas da Petrobras).