TRANSMISSÃO DE ENERGIA

Chesf investirá R$ 500 milhões no Ceará em 2013

13.03.2013

O reforço na rede de transmissão está ligado à oferta de novos parques eólicos localizados no Estado

No Nordeste, será investido, neste ano, R$ 1,4 bilhão em redes de transmissão. Outros R$ 600 milhões serão destinados à geração de energia Foto: Divulgação

A Companhia Hidro Elétrico do São Francisco (Chesf) irá investir R$ 500 milhões, neste ano, na ampliação do sistema de transmissão de energia do Ceará. O montante corresponde a 35% do que a empresa aplicará em todo o Nordeste no aprimoramento da rede de transmissão - R$ 1,4 bilhão. Ao todo, seis subestações cearenses serão ampliadas neste ano, sendo uma delas em Fortaleza.

De acordo com o presidente da Chesf, João Bosco de Almeida, a intenção da companhia é permitir o escoamento da energia produzida por novos empreendimentos no Estado, sobretudo os parques eólicos que chegaram ao Ceará nos últimos anos. O objetivo, frisa, é fazer com que a energia chegue sem problemas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). "Nós temos grandes parques eólicos no Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia, principalmente, que precisam disso", salienta.

O incremento da rede de transmissão também está ligado ao aumento do consumo no Estado. Conforme Almeida, a carga de energia (soma do consumo e das perdas do sistema de transmissão), no Ceará, tem aumentado em torno de 5% ao ano, enquanto a média de crescimento nacional é próxima a 4,5%.

Além do R$ 1,4 bilhão que será investido na transmissão, informa o presidente da Chesf, outros R$ 600 milhões serão aplicados na geração de energia, em outros estados da Região, totalizando R$ 2 bilhões em 2013.

Maior subestação no Pecém

João Bosco de Almeida informa que a Chesf pretende finalizar, em junho próximo, a construção da subestação do Pecém, em São Gonçalo do Amarante.

"A subestação do Pecém vai ser, em capacidade, a maior da Chesf", frisa. Com capacidade de 4.800 MVA (mega volt ampère), a unidade estava prevista para ser concluída no fim de 2012, mas teve o início da operação adiado. Também em junho, deverá ser inaugurada a subestação de Aquiraz.

Licenciamento ambiental
Segundo o presidente da companhia, uma das dificuldades do setor energético, a lentidão ligada ao licenciamento de algumas obras de grande porte, tem sido minimizada, nos últimos dois anos, através de um "processo de aprendizado importante" por parte dos investidores e dos órgãos que concedem as anuências. "Isso tudo é complexo porque existem muitos órgãos envolvidos, mas isso já melhorou muito", afirma.

Em entrevista concedida ontem ao jornal Bom Dia Ceará, da TV Verdes Mares, Almeida afirmou que um dos problemas ainda enfrentados pela Companhia e outras entidades do setor são particularidades de terrenos contemplados em projetos. "Dependendo do local, podemos ter dificuldades enormes, se a gente ´pega´ um sítio arqueológico, uma reserva indígena, um assentamento agrícola", exemplifica.

Em Fortaleza, destacou, o maior obstáculo são as desapropriações. "Onde nós tentamos construir uma linha tem um condomínio de luxo ou está loteado para fazer edifícios", ilustra.

No ano passado, a Chesf investiu, no Ceará, R$ 120 milhões. Em todo o Nordeste, foi aplicado R$ 1,2 bilhão, em geração e transmissão de energia. No último mês, a Chesf anunciou um investimento total de R$ 208 milhões para o Ceará neste ano.

A diferença entre o que foi anunciado ontem, explica a Companhia, deveu-se à inclusão de aproximadamente R$ 300 milhões - referentes à subestação do Pecém, que consiste em uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), entre a Chesf e a empresa ATP Engenharia. O valor, salienta a empresa, não constava nos últimos relatórios que foram divulgados no início do ano.

All About Energy

Ontem, João Bosco de Almeida participou da sétima edição do All About Energy, no Centro de Eventos do Ceará. O evento, que se estende até hoje, discute diversos pontos ligados à utilização de energias renováveis.

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